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28 novembro 2009

Visão estratégica



Por Carlos Daniel in Record

O dérbi é eterno mas também invulgar este ano, condicionado por uma distância pontual entre Benfica e Sporting que não se via há 25 anos. Por esta razão também - embora isso sempre aconteça, numa geometria variável - o fator anímico vai pedir meças à tática quanto à influência que pode vir a ter no jogo deste sábado. No entanto, nunca se sabe qual é a pressão que resulta, se a do que vai mal porque não se pode atrasar mais ou a do que segue na frente para acabar de vez com a ambição do adversário.

Também advirto desde já que não acredito nada na tese de que ganha quem está pior, o que, de resto, a própria estatística desmente. Quem está melhor, mas melhor de facto e não só de aparência, está mais perto da vitória. Não é também pelo caminho das ideias feitas ou das superstições que o novel Sporting de Carvalhal há de conseguir superar o Benfica de Jesus.

Taticamente a vantagem é dos encarnados, sobretudo pela maturidade do modelo de jogo. O Benfica tem hoje uma forma de jogar consolidada e com resultados, ao passo que o Sporting não só está a alterar processos como nem sequer tinha sucesso com os anteriores. Se o futebol fosse uma ciência exata, este seria um duelo entre a equipa que sabe o que faz e a que ainda busca identidade, pelo que a primeira ganharia. Se fosse outra modalidade - basquetebol ou andebol, por exemplo, onde a estatística registaria decerto superioridades parciais - dificilmente haveria outro resultado que não a vitória encarnada.

Acontece que o futebol é das poucas modalidades em que se pode ganhar sem atacar o adversário (com um autogolo, por exemplo) e também aquela em que a componente estratégica se pode revelar mais decisiva. A estratégia centra-se na abordagem de cada jogo em concreto, como uma espécie de variante face a um adversário específico.

Num prazo de meses, leva sempre vantagem que tem um modelo de jogo definido e eficaz - e os melhores jogadores, já agora - e é por isso que o Benfica tem muito mais pontos que o Sporting neste campeonato. Já num jogo apenas, a estratégia pode ditar leis. Foi assim que o Vitória de Guimarães, por exemplo, eliminou o Benfica da Taça, partindo da anulação do que o adversário tem de melhor para o tentar surpreender depois. Não tenho dúvidas que é só nisso que pensa Carvalhal por estes dias: qual a melhor forma para parar este Benfica de ataque e de o fazer errar defensivamente. A chave do jogo está em perguntas do género: como posicionar Moutinho para cercar Aimar e fazer fluir as saídas do Sporting para o ataque? E será Pereirinha a gazua certa para desestabilizar o lado esquerdo da defesa encarnada? E quem surgirá mais perto de Liedson para criar problemas a Sidnei e David Luiz? Acertar na estratégia é decisivo para o Sporting dividir o jogo e o resultado. Ainda que possa não bastar.

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