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05 julho 2009

Crónicas de Vítor Serpa


A Bola e as eleições do Benfica

Por Vítor Serpa in A Bola

A histeria a que chegaram alguns órgãos de comunicação por causa das eleições do Benfica é muito difícil de explicar à luz de uma racionalidade editorial que deveria ser exigível em nome da necessária dignidade da informação e de quem a publica.
De repente, e sem aviso prévio, uma esgrima de argumentos legais entre advogados e, até, magistrados, que chegou a atingir, em alguns casos, níveis de despudor inexplicável, propagou-se, como um fogo em mata seca, por colunistas, jornalistas e toda a sorte de gente que escreve em jornais, fala na rádio e apresenta pose e discurso em televisões.
Um facto banal de uma providência cautelar interposta por um previsível perdedor, na tentativa de ganhar eleições com lista única, foi mote para um dos maiores compêndios de que haverá história em Portugal sobre a teoria da desinformação.
A BOLA sempre manteve uma posição consciente, firme e impenetrável a todo o tipo de pressões, recusando-se a alinhar numa onda histérica de acusações ao presidente da Assembleia Geral do Benfica, que viu o seu nome ligado a uma suposta desobediência a decisões judiciais, renegando um despacho de um juiz do qual toda a gente falou e, ao que parece, ninguém chegou a ver.
Chegou-se ao despropósito de haver quem considerasse Vilarinho sujeito a prisão, por desrespeitar o Conselho Superior de Magistratura que teria feito um intervalo nas suas específicas funções só para se pronunciar sobre a declaração de intenções do presidente da Assembleia Geral de um clube de futebol.
Sejamos claros. Se A BOLA tivesse, mais do que informações sopradas sobre matéria tão sensível, e dispusesse de uma confirmação oficial ou de um documento que confirmasse uma decisão judicial, mesmo que parecesse tecnicamente inexplicável, certamente que trataríamos a notícia com o impacto que, nesse caso, mereceria e confrontaríamos a parte lesada com matéria objectiva. Mas a suposta decisão judicial de retirar uma das listas das eleições, ou a informação de corredor de que o acto eleitoral seria anulado, nem que se tivesse de fechar a cadeado as portas do pavilhão da Luz, de facto, nunca levámos a sério, precisamente, porque, apesar de tudo, ainda levamos a sério a justiça num Estado de direito.
Esta atitude não pode ou deve, pois, ser entendida como apoio ao candidato vencedor. Ao contrário de outros, que se deixaram enredar em estratégias empresariais que privilegiaram em relação a deveres jornalísticos, A BOLA não tem candidatos em nenhum clube de futebol.
Talvez porque o desporto é o nosso objecto e não nos sintamos viciados na prática, que nos parece, aliás, demasiado generalizada, dos efeitos práticos das relações promíscuas de grandes empresas de media com o mundo da política e da finança, que leva a maior ou menor visibilidade na preferência dos poderes que só aos portugueses, em eleições, deveria competir decidir.
Isto de não pertencer a grandes grupos que têm os seus interesses próprios a defender na prioridade das agendas ainda é, afinal, uma saudável independência. Apesar de manifestamente incómoda para alguns outros...

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