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18 abril 2009

Crónicas


Marcar tem de ser com a cabeça

"Se calhar, o Quique Flores anda a ler o mesmo livro que o professor Carlos Queiroz" soltou António Pacheco, espontâneo e bem disposto, quando "o jogo" lhe apresentou os factos que gostaria que o antigo extremo-esquerdo comentasse. E os factos são os seguintes: o Benfica é a segunda equipa da Liga mais rematadora (307). Mas, mais do que isso, é o conjunto que mais rematou num só desafio do Campeonato. Foi no fim-de-semana passado em que atirou 25 vezes à baliza da Académica de Coimbra, mas sem conseguir qualquer golo, acabando mesmo por perder o desafio. Aliás, nos quatro jogos em que a formação de Quique Flores mais atirou à baliza, ou perdeu, como aconteceu frente aos estudantes, ou empatou, casos de Vitória de Setúbal (24), Rio Ave (21) e Nacional (17). Conclusão: o Benfica da actualidade quanto mais remata... mais falha e menos concretiza. Mas porquê?

Segundo António Pacheco, agora sem alusões à Selecção Nacional, esta é apenas uma fase transitória e é provocada pela falta de estabilidade que se vive no seio do plantel. "A parte psicológica é preponderante", defende. "A instabilidade criada pelas más exibições não permite uma dinâmica de jogo bem delineada e, por consequência, provoca falta de eficácia. O Benfica tem bons avançados e eles criam muitas situações de golo. Se falham só pode ser ou por falta de concentração ou de confiança", sustentou o antigo jogador que vestiu a camisola das águias entre 1987 e 1993, marcando um total de 47 golos oficiais.

É precisamente desta componente psicológica que falou, a "o jogo", Nuno Pacheco, psicólogo do desporto. Para o professor do Instituto Superior de Desporto de Rio Maior, o problema do Benfica reside, em boa parte, na falta de confiança dos seus jogadores. "A espiral de sucesso é igual à espiral de insucesso. Se marcar golos aumenta a auto-estima dos jogadores e dá-lhes confiança para continuarem a concretizar, pelo contrário se a bola nunca entra os jogadores começam a ficar descrentes e desanimados mesmo que isso não seja explícito nas suas cabeças. A frustração cria mal-estar e menos confiança e, claro, insistem, insistem mas não conseguem marcar", explicou o especialista.

Este domingo o Benfica defronta nada mais nada menos do que a equipa que mais deixa rematar: o Setúbal já concedeu 278 remates esta época. Será, pois, o cenário perfeito para os encarnados cilindrarem o adversário mas só a mente do jogadores benfiquistas vai dizer se isso se tornará realidade ou não...


Ana Proença

jornal "o Jogo"

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