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01 fevereiro 2010

Análise de João Pinto



Por João Pinto in O Jogo


Benfica-Guimarães

1 - Guimarães teve atitude muito positiva

Jogar depois de saber que os adversários directos venceram é uma pressão acrescida, mas tanto Benfica como Braga têm reagido bem. No entanto, e apesar de o Benfica ter sido o vencedor, gostaria de começar por dar os parabéns ao Guimarães pela sua atitude. Entrou em campo com uma estratégia bem definida: era notória a preocupação em defender bem, com os jogadores bem posicionados e sempre que possível sair em transições rápidas, por Nuno Assis e Targino, mas com vários jogadores a aparecerem na frente. Repito: teve uma atitude muito positiva e por isso vimos um bom jogo.

2 - Jogar na Luz é um inferno mas o Vitória acreditou

O Benfica tinha mais iniciativa mas o Guimarães, apesar de ter acusado o primeiro golo sofrido, não se intimidou. Hoje em dia, com o estádio sempre com muita gente, jogar na Luz é mesmo um inferno, mas os jogadores do Vitória tinham um tónico psicológico: a vitória na Taça. Saber que num passado recente se ganhou naquele estádio dá confiança, faz acreditar em repetir esse êxito. Só que o Benfica acabou por marcar o segundo numa altura boa, o que tranquilizou a equipa; nove minutos depois chegou ao terceiro, mas o Guimarães nunca se deu por vencido, vendendo cara a derrota.

3 - Cardozo perdulário

Saviola e Cardozo não estiveram nos seus melhores dias, mas, desde que o meio-campo funcione, a dinâmica da equipa disfarça, pois os processos de jogo estão assimilados. Além disso, como o Benfica cria muitas oportunidades, os seus avançados podem dar-se ao luxo de desperdiçar, como sucedeu ontem com Cardozo por várias vezes.

4 - Nuno Assis foi o melhor em campo e Martins voltou a corresponder

Nuno Assis foi o melhor em campo: jogou, fez jogar, marcou um golo e dinamizou muito bem o jogo do Guimarães, num ambiente difícil, numa casa que já foi a sua. Nunca é fácil jogar em situações destas, mas ele esteve em quase todas as jogadas de perigo da sua equipa. Quero também sublinhar a importância de Carlos Martins neste Benfica: não é uma primeira escolha mas tem correspondido sempre que é chamado. Já resolveu vários jogos e quase sempre marca.

5 - O porquê da pressão benfiquista

Além de estar a jogar bem, este Benfica tem uma particularidade muito interessante: como impõe um ritmo forte, pressiona e intimida os adversários com o objectivo de recuperar rapidamente a bola, especialmente nos jogos em casa. À excepção de Cardozo, não há jogadores fixos, o que baralha os adversários e obriga-os a recuar e a ter alguém para as dobras. Ora isso faz com que sobre sempre um jogador do Benfica para ganhar as segundas bolas, daí resultando a pressão constante que exerce. Para sobreviver a um futebol assim, é preciso uma equipa com experiência, forte personalidade e que não se deixe intimidar. O Guimarães não conseguiu mas deixou uma imagem positiva.

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