Crónicas de Daniel Oliveira, in Record,
A final entre o Sporting e a Académica acabou em festa. Festa em
Coimbra, claro está. Como muitos sportinguistas, senti-me frustrado.
Haveria, na minha expectativa, alguma soberba. Talvez a mesma que levou o
Sporting à derrota. Ainda assim, ninguém roubou aquele dia à Académica.
Porque tem sido essa, com raríssimas exceções que critiquei, a cultura
do Sporting.
Na mesma semana, o FC Porto perdeu o título de
basquetebol. E bastou essa derrota e umas palavras menos agradáveis do
treinador benfiquista para que o pavilhão Dragão Caixa se transformasse
em cenário de guerra campal. Perante isto, o que fez Pinto da Costa?
Pôs-se, como faz sempre, do lado da violência. Indignado por a polícia
ter impedindo que os jogadores do Benfica fossem atacados pela multidão
em fúria, dirigiu às forças da ordem a sua ira de mau perdedor.
Compreendo que tenha saudades do guarda Abel e da conivência das forças
de segurança com a sua falta de escrúpulos. Compreendo que ameaças sobre
jornalistas seja a ideia que tem do que deve ser a segurança pública.
Entendo, por isso, a sua estupefação por a polícia ter defendido os
jogadores em risco.
Já aqui deixei várias vezes nota de qual é
o meu problema com o FCP. Não é com o clube, o melhor, há alguns anos,
no futebol nacional. Não é com a cidade, de que gosto muito. Não é
seguramente qualquer simpatia pelo Benfica (que também já fez gracinhas
destas). É o facto de este senhor, ao mesmo tempo que, com toda a
legitimidade, levava o Porto para o topo do futebol nacional, ter
transformado o ambiente no desporto profissional numa coisa
irrespirável. O papel de Pinto da Costa no episódio de quarta-feira, que
obrigou os novos campeões a receberem a taça no balneário, é apenas
mais um triste exemplo da falta de classe deste dirigente.
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