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20 fevereiro 2011

A gralha e a arte


Na última quarta-feira o Deus da Gralha pregou-me uma partida danada. Ao ler a minha crónica aqui, deparei-me com um texto sportinguista que, obviamente, não era meu. No dia seguinte a coisa foi corrigida e a crónica legítima saiu certinha. Mas o meu coração benfiquista ficou pouco menos que furiosíssimo, como devem imaginar. E, no entanto, passada uma semana, começo a perceber o desígnio por trás desse acidente gráfico. O Deus da Gralha queria que eu olhasse para o Sporting. É isso. Foi um sinal. Não é isso, afinal, a arte gráfica: a arte dos sinais?
Não, não vou fazer pouco do momento dramático que o Sporting atravessa. Pelo contrário. O que venho aqui fazer, nestas modestas linhas de homenagem ao Deus da Gralha, é desejar as melhoras rápidas ao SCP. Filosoficamente, o Benfica é pura afirmação; não é contra coisa nenhuma, não é anti-nada. Mas, literariamente, digamos, a existência de um Sporting bem vivo faz parte do meu benfiquismo. Quero ganhar sempre ao Sporting, mas não quero olhar para o clube de Alvalade daqui a uns anos com o saudosismo paternalista com que, fatalmente, olhamos para o Belenenses ou para a Académica. Digo-o sem um grão de ironia: por favor, deitem a mão ao Sporting.
Mas falemos de bola concreta. Na Luz, contra o Vitória de Guimarães, houve de tudo. Arte, serenidade, lições de vida. Comecemos pelo fim: Sidnei dedicando aquele primeiro golo de cabeça - uma bola careca, bem penteadinha, colocada no único quadradinho possível - a Luisão, o mano velho da defensiva. Passemos pelo meio: Saviola conseguindo uma obra-prima de serenidade zen ao não desesperar perante a anulação escandalosa daquele golo mais limpo que um dia de céu azul no inverno de Ponte de Lima. E acabemos no começo: arte, futebol-arte!
Só aquele toque de Pablito, recebendo - almofadando e apimentando - a bola longínqua, aérea, de Sidnei, só aquilo vale um prémio de ouro. Depois, basta olhar e chutar: tão difícil fazer assim simples. E o de Carlos Martins? Um artista português! Ajeita com o direito e, com o esquerdo, plim, inventa uma folha seca daquelas à antiga, daquelas que tornam anacrónico qualquer guardião, mesmo um craque elástico como esse Nilson Correia Júnior. Futebol-arte!
Contra o Sporting, sim, caros amigos, vamos respeitá-los ao máximo: pressão alta e pé no acelerador.

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