Foi um atropelo de proporções obelixianas aquela nossa ida ao Porto, caros amigos. Uma humilhação do tamanho desta bola de futebol chamada planeta Terra. Uma tragédia daqui até à Nova Zelândia, ida e volta. Um desastre digno dos mais sofridos lamentos, dos mais solenes palavrões. Perdoem-me, já nem sei bem o que digo… E desta vez, pois, não há paninhos quentes que nos safem, nenhuma história mal contada, nenhum azar redentor. Nem sombra de “bodes respiratórios”… Contra o facto de termos saído dali com cinco batatas na nossa baliza, não há argumento que se aguente.
Podemos, claro, olhar para trás e lembrar a decisão de deixar ir o Ramires e o Di María, podemos falar das invenções tácticas de Jorge Jesus para esta partida, podemos falar da falta de alma dos jogadores no momento do tudo-ou-nada e da ideia peregrina de levar os últimos quinze minutos com o Lyon para a visita ao F. C. Porto, mas em boa verdade não me parece que seja tempo para nada disso. O que temos de fazer, caros amigos, é muito mais simples e muito mais difícil. Esta é a hora de aguentarmos o coração nas mãos e dizer a todos, no português mais verdadeiro de que formos capazes: levámos um banho de bola. Entregámos os pontos. Parabéns ao vencedor.
Mas, não, ainda não é tudo. Não nos safamos assim tão facilmente, não pensem. Temos de parar ainda um momento e, com a alma exposta às intempéries, cumprir a penitência até ao fim: Hulk recebe a bola na direita, avança de mansinho até David Luiz como quem quer partilhar um segredo ou trocar uma anedota e, de repente, acelera até à linha, vai-se embora. Até que lhe saem aos pés Sidnei e Roberto, logo os dois, com uma timidez de espantalhos inofensivos, e o brasileiro do F.C.P. – zás. Não está cá com florzinhas, não perde tempo. Faz o mais simples, que é também o mais difícil. Toca forte, em diagonal, para a chuteira atenta de Varela: golo. Era o um-zero. E ainda viriam mais quatro... Um super-herói, aquele Hulk. As maldades que ele fez à nossa defesa… Se continuar assim concentrado, há-de chegar longíssimo. E nós, Jesus, chegaremos onde?
É doloroso, eu sei, mas por favor, caros amigos, digam comigo: descer à terra, descer à terra – repitam cinco vezes –, descer à terra a ver se ainda conseguimos salvar alguma coisa este ano... A ver se, de pés na terra, reaprendemos a sonhar. Resta-nos o quê agora, a Liga dos Campeões?
Jacinto Lucas Pires
4 comentários:
Penitência a quê? À derrota do SLB? À equipa do FCPorkús em especial ao Hulky?Já agora e porque não, penitência ao mestre corrupto-mor?
Essa não!
Foi uma verdadeira PENITÊNCIA os 90 minutos que por lá andamos....
por favor nunca e uma penitencia para mim ![antes pelo contrario} ver jogar o meu glorioso SPORT LISBOA E BENFICA !.
mais Domingo vamos estar outra vez com o nosso glorioso NÃO e verdade...
Ainda bem que gostaste de ver o NOSSO Glorioso no domingo!! Eu não gostei!!! E para mim foi mais do que uma penitencia...
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