“Deixem jogar o Mantorras” – um grito de revolta e desespero que foi um misto de antevisão/ premonição do que ocorreria na época seguinte. Estávamos a 16 de Agosto de 2001, após um jogo (houve?) na Póvoa de Varzim. De nada serviu. Perante a complacência dos árbitros – que foram cúmplices do que aconteceu – os adversários só conseguiam pará-lo recorrendo à falta. Lembro- me de num Benfica - FC Porto, na Tribuna de Imprensa do anterior Estádio da Luz, indignar-meperante as entradas sucessivas dos portistas sobre Mantorras, ao que um “sr. jornalista” jocosamente atirou: “É preto... aguenta tudo!” Só que não aguentou. Também os media foram coniventes – porque branquearam - com o jogo violento de alguns adversários, sobre Mantorras, quando este envergava o “Manto Sagrado”.
Tinha tudo, mas mesmo tudo, para ser um dos melhores avançados do mundo. Ficou-se pelo desejo. Ficou à beira da glória suprema, próximo da honra superior e de se guindar ao topo dos melhores futebolistas do mundo. Não lhe permitiram singrar no futebol. Jogava muito... pelo “Glorioso”. “Sarrafaram-no” sem dó nem piedade. Tantas e tantas agressões. Fizeram-no sofrer. Tanta impunidade. Mantorras foi uma das vítimas da agressividade dos adversários para com os nossos futebolistas, em particular os avançados. Generoso nunca parava. Ingénuo nunca simulava, nem se protegia. Avançava, mesmo quando, cobardemente, surgiam pelas costas para o derrubar.
Foste uma vítima do “Futeluso”. És o mártir deste futebol português “rasca”. Ficas como símbolo deste futebol anti-Benfica!
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