Foi azar. Na semana em que Pinto da Costa, aludindo à conferência de imprensa de Vítor Pereira, veio dizer que nunca viu um responsável, seja do que for, censurar publicamente aqueles que dirige, José Mourinho – uma das mais reconhecidas autoridades do Mundo em matéria de liderança – criticou em público um dos seus jogadores. E para isso nem foi preciso que o jogador do Real Madrid em questão tivesse errado em quatro lances de golo iminente. Na realidade, Pedro León limitou-se a não seguir as instruções que lhe deram antes de um jogo. Um erro que, a bem da verdade, Olegário Benquerença nunca comete.
Mas voltando atrás, a infelicidade das declarações do presidente do FC Porto não me surpreendeu. Pessoalmente, nunca julguei que Pinto da Costa possuísse competências de liderança. Um líder deve confiar plenamente nas suas capacidades. Pinto da Costa, pelo contrário, é demasiado inseguro: contrata jogadores e treinadores que lhe parecem mais competentes, mas, à última da hora, não acredita nas escolhas que fez, e tenta resolver a coisa de outra forma. Um internauta que vá ao youtube, por exemplo, não encontra uma única conversa telefónica de ou para Pinto da Costa sobre atletas promissores ou treinadores talentosos. Talvez por isso muitos dos jogadores do FC Porto digam que assinaram em quatro ou cinco minutos – o presidente do clube deve, em seguida, ser libertado para tarefas mais decisivas.
De resto, fala-se muito nos valores de Pinto da Costa, mas o certo é que as escutas revelam um homem preocupado com o nosso planeta. Vê-se que está assustado com a pegada ecológica deixada pelos árbitros nas suas deslocações até aos estádios, quando repete várias vezes frases como “esse é de muito longe!”, ou “porque é que não pões um do Porto?”
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