Para um observador desatento, alguém que tenha vivido muito tempo no estrangeiro ou possua apenas algumas noções elementares sobre futebol - e apercebo-me, neste momento, que o prof. Carlos Queiroz encaixa em ambas as categorias - não deixa de ser bizarro que o maior clube de Portugal detenha tão pouca influência nos centros de decisão. Se não vejamos: um outro clube é condenado por corrupção e não desce de divisão; o presidente de um outro clube é apanhado a produzir declarações comprometedoras em escutas telefónicas e é absolvido pelos tribunais comuns; um jogador de um outro clube que agrediu comprovadamente um steward vê o castigo ser reduzido para três jogos; e, em termos de arbitragens, o Benfica é prejudicado de forma sistemática. Como eu costumo dizer, errar é humano; mas errar sempre para o mesmo lado é fruta.
Face a isto, o que fazer? Como vencer adversários que recorrem a métodos tenebrosos, sem recorrer também a esse tipo de métodos? A resposta deu-a, esta semana, o presidente da Assembleia Geral do Benfica, através do anúncio de medidas legítimas e legais, nomeadamente o pedido para que os adeptos não compareçam nos jogos da equipa fora do Estádio da Luz. Trata-se de uma medida que, a meu ver, só peca por tardia, uma vez que os adeptos do FC Porto e Sporting há décadas que a andam a pôr em prática.
Entretanto, apesar de não ter rigorosamente nada que ver com o que está a acontecer por estes dias no futebol português, houve esta semana no prédio onde vivo uma onda de assaltos, pelo que eu e os meus vizinhos fizemos queixa na polícia. Numa reviravolta inesperada, os condóminos do prédio do lado alegaram que os larápios estavam a sofrer uma pressão insustentável para não roubarem, coitados.
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