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13 maio 2010

Justo campeão - Por Cruz dos Santos


Por Cruz dos Santos in A Bola

Saber perder é tão bonito quanto saber ganhar. E o médio bracarense Vandinho soube ser grande ao afirmar: «Parabéns ao Benfica, que foi um justo campeão». Mais: quando questionado sobre se os bracarenses perderam alguns jogos devido à sua ausência por castigo, retorquiu: «Não é por um jogador que o Sp. Braga perde ou ganha jogos». Bonito. Louvável. Raríssimo. E foi pena que Domingos Paciência não tivesse sido capaz de esquecer tricas (com Jorge Jesus) e também dirigir uma palavra de apreço aos novos campeões. Ficava-lhe bem e ainda mais valorizava o seu percurso e a sua imagem.
O saber ganhar também esteve presente na Luz. Em Luís Filipe Vieira, ao dizer que «este título não foi contra ninguém»; em Jorge Jesus, saudando com respeito diversos adversários, entre os quais incluiu Sp. Braga, FC Porto e Sporting. Se assim fosse sempre, bem menor seriam os energúmenos (de todos os clubes) que nada têm a ver com o futebol, só dele se servindo para violência e vandalismo.

Aexpulsão de Wires (Rio Ave) reforçou a acusação de o Benfica ter actuado muitas vezes em superioridade numérica. Só há erro, porém, quando a justiça não se faz. E Jorge de Sousa esteve muito bem, confirmando ser o melhor árbitro português da actualidade. Teve preciosa ajuda na correcção (com aquela excepção) dos jogadores vila-condenses. E, saudavelmente, o jogo limpo imperou ainda no U. Leiria-FC Porto (Hugo Miguel), no Leixões-Sporting (Elmano Santos) e no Nacional-Sp. Braga (Carlos Xistra). Mas houve falhas ou dúvidas.

EM Leiria, off-side de Guarín no 1-1 do FC Porto e penalty mal assinalado no 4-1 que podia ter dado A Bola de Prata a Falcão, pois o guarda-redes Djuricic desviou a bola e não cometeu infracção; no Estádio do Mar, ficaram por assinalar dois penalties contra o Sporting: puxão de Miguel Veloso a Pouga e mão de Polga em remate de Zé Manel; na Madeira, Renteria pareceu em linha no golo não validado por fora-de-jogo.

MUITO bem Pedro Proença no Oliveirense-Portimonense. E, também aqui, correcção exemplar, apesar da importância do jogo e do seu desfecho (0-1), que valeu regresso dos algarvios à I Divisão e ajudou a desfazer a peregrina ideia de que a equipa de Oliveira de Azeméis seria beneficiada (na prova) por influência de Hermínio Loureiro, presidente da Liga de Clubes.

Oárbitro pode sempre corrigir uma decisão (sua) antes de o jogo ser reatado. Foi o caso de Artur Soares Dias no Sp. Braga-V. Guimarães, anulando cartão vermelho que exibira por julgar tratar-se de segundo amarelo. Era óbvio que o protesto vimaranense teria de ser indeferido. E foi.

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