Já há benfiquistas a reservar o Marquês para os festejos do campeonato, não sei se viram as imagens. A “mística” a embrulhar o “iluminista” de pedra com uma espécie de gigantesco cachecol vermelho. Percebe-se a graça, claro, mas é preciso ter calma, caros amigos. É como diz aquela canção dos Heróis do Mar. “Eu não sou supersticioso, mas...” foguetes antes da festa dão azar. Aqui chegados – tão perto, tão maravilhosamente perto do título –, podemos tudo menos brincar com as Pressas, essas temíveis deusas pagãs, famosas pela sua arte de desmanchar prazeres. Já bem nos basta a luta contra essa outra deusa tramadíssima, a velha Pressão.
Pensemos, por exemplo, no jogo de Coimbra, contra a Académica. Como fazer para voar sob a nuvem negra da Pressão? Está visto que não pode ser no estilo Quim. (Digo nomes, não para ser desagradável com A ou B, apenas para tornar clara a ideia. Sou, aliás, um defensor do guardião benfiquista, e acho que devia ser ele o número um da selecção no Mundial.) Se respondemos à pressão com “excesso de confiança”, o resultado será este, “erros de palmatória”.
Não. Temos responder mais como Weldon: aprender a genuína humildade que há em querer mais, querer sempre mais. A humildade de nos sabermos sempre capazes de melhor e, portanto, não nos darmos nunca por satisfeitos. Não foi nada vistoso, já sei, mas é magnífico aquele primeiro golo do nosso craque suplente. Virando costas à baliza – permitam-me, por favor, que force um pouco a nota: como que virando costas ao clichê –, Weldon surpreende o guarda-redes da estudantada e a bola, zup, vai direita às redes. Um toque dos mais raros, em rotação, de raspão, com a parte de trás da cabeça (essa zona secreta onde, segundo os cientistas, começamos a ver). Um golaço, belo como uma equação.
E depois veio outro. Sem tempo para armar o chuto, entre os defesas X ou Y, o avançado W limita-se a esticar a chuteira, sem flores, frase directa: golo. É assim, amigos, que temos de encarar os próximos capítulos. Uma questão além-futebol, de filosofia de vida, quase. O amanhã há-de ser feliz, sim. Mas, para que o amanhã seja feliz, temos de jogar como se não houvesse amanhã.
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