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01 fevereiro 2010

Esperemos que esta Taça não leve fruta




Por Zé Diogo Quintela in A Bola

TERÇA-FEIRA jogamos com o Porto, para a Taça. Isso quer dizer duas coisas. A primeira é que se Pinto da Costa mantiver a tradição de rece
ber o árbitro dois dias antes do jogo, é hoje que o juiz da partida visita a casa da Madalena. E, desta vez, Pinto da Costa não precisará de dar indicações pelo telefone. Para saber o caminho, o árbitro só precisa de ir ao Youtube. A segunda coisa é que, como o Sporting pretendia, o jogo disputa-se mesmo no dia 2. O Porto preferia jogar na quarta-feira. Diz que não há razões desportivas nem comerciais para ser na terça. É possível que Sporting e Porto tenham ideias diferentes sobre o que são boas razões desportivas ou comerciais. Por exemplo, na época passada, o Porto pediu-nos para alterar a data do jogo para o campeonato porque iria disputar a meia-final da Taça com o Estrela na semana seguinte. Curiosamente, esse jogo nunca se realizou. Portanto, para o Porto, uma boa razão é uma mentira.
Para o Sporting há uma óptima razão desportiva e comercial para preferir jogar à terça-feira: é dia em que as melhores frutarias de alterne do Porto estão fechadas. Pode ser que ajude.

Nem se percebe a questão do FCP, uma vez que o pedido do Sporting à Federação foi feito em tempo útil e em sede própria. Pode é ter sido feito pelo telefone, e já se sabe que o Porto tenta invalidar tudo o que é combinado pelo telefone.

Entretanto, Pinto da Costa foi castigado em mais 3 meses de suspensão, que somou aos 2 anos que apanhou por praticar actos de corrupção desportiva. Parece que falou à Comunicação Social e não podia. Estive a ler as declarações e achei graça ao facto de uma delas ser «não sou expert em arbitragens». Depois de ouvir as conversas com Pinto de Sousa, em que destina árbitros para determinados jogos, ninguém diria.

Por falar em escutas, depois de ouvirem aquela em que Pinto da Costa se vangloria por ter deixado José Eduardo Bettencourt de mão no ar, há muitos sportinguistas que esperam que, depois de amanhã, o nosso presidente retribua a ordinarice e não cumprimente Pinto da Costa. Não concordo. Daquela vez, Pinto da Costa não deixou de cumprimentar JEB por falta de educação. Tinha era as mãos ocupadas: uma com o telefone, outra com a caneta com que estava a assentar uma encomenda de pêssegos de dormir e bananas de dormir. O leitor sabe a quem é que JEB também não apertou a mão, nessa época de 2003/04? A nenhum árbitro, na sua própria casa, dois dias antes de este apitar um jogo do Sporting.

COM esta última frase não quero parecer estar a alinhar com alguns comentadores sportinguistas, que a única coisa que têm a dizer sobre as escutas é que o Sporting está ausente delas. Eu não acho que o Sporting esteja ausente. Pelo contrário. O Sporting é uma presença implícita. Na época a que reportam as escutas do Apito Dourado, o Sporting foi o principal prejudicado pelas manigâncias lá relatadas. Lembrem-se que era do Sporting que o Porto procurava fugir no jogo com o Beira-Mar. Na última década podíamos ter ganho mais 2 ou 3 campeonatos, se não fosse a batota instalada à nossa frente. Os sportinguistas não se podem calar e fingir que isto não foi nada connosco. Ou dizer que grave é as escutas terem sido divulgadas, não dizendo quão grave é o teor. É grave a sua divulgação, mas isso não é motivo suficiente para não serem analisadas. O silêncio é mais ambíguo do que as canhestras expressões «fruta de dormir» e «chefe de caixa». É bom não ouvir ninguém do Sporting a falar nas escutas, mas é mau não ouvir ninguém do Sporting a falar sobre as escutas.

OUTROS comentadores, estes do Porto, têm vindo a comparar a divulgação das escutas a práticas próprias do Estado Novo. De facto, ouço Pinto da Costa a combinar nomeações de árbitros com Pinto de Sousa e imagino Salgueiro Maia a comunicar com Otelo, durante o 25 de Abril. Leio «fruta de dormir» e «rebuçado» e vejo dois anti-fascistas na clandestinidade, a trocar mensagens em código. Pinto da Costa dá indicações a António Araújo e parece que estou a ouvir um preso político, no Tarrafal, a dar indicações a outro preso político sobre o melhor caminho para a sua cela. Quem consegue ouvir as escutas sem trautear «Grândola, vila morena» todo arrepiado? Derrubar a ditadura está para o séc. XX, como aldrabar resultados de futebol está para o séc. XXI.

GOSTEI muito de ver o Jogo Contra a Pobreza, cujo nome completo devia ser Jogo Contra a Pobreza que é o Relvado da Luz. Pelo baldio tropeçaram velhas glórias do Benfica, jogadores que os adeptos não têm oportunidade de ver jogar há muito tempo, como o Chalana, o Nené, o Valdo ou o Moreira. O melhor momento aconteceu quase no fim do jogo, quando um adepto entrou em campo para, em clima de festa, presentear o Shéu com um cachecol. Foi imediatamente perseguido e placado duramente por 6 stewards, como se fosse um vulgar funcionário do Porto. A SIC fez bem em pôr o Nuno Rogeiro a comentar o jogo. Alguém que costuma comentar a guerra do Iraque e do Afeganistão é a melhor pessoa para depois nos explicar o funcionamento do túnel da Luz e dos Stewards de Operações Especiais. Desta vez também mexeram previamente nas câmaras, mas não foi para esconder nada sórdido que lá se viesse a passar. Foi para substituir a lente por uma grande angular, a única maneira de se conseguir filmar o Magnusson.

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