Escreveu-me um leitor, na semana passada, criticando o “se” de que dependia a minha última crónica com o título “À frente do tempo”. Também Jorge Jesus, na televisão, se insurgiu contra os “ses” do entrevistador, depois do empate com o Setúbal. E têm os dois razão, caros amigos, toda a razão. Segunda-feira, o Braga conseguiu uma vitória épica contra o Belenenses e, portanto, o Benfica não ficou “à frente do tempo” coisa nenhuma. Por outro lado, também o Braga, com menos um jogo, tem direito ao seu respeitável “se”. Isto dos “ses”, caros amigos, é mais complicado do que parece. “Se” aquele estoiro de Cardozo, no penálti, tivesse batido só uns milímetros mais para dentro... “Se” aquele raspão da canela de David Luiz na bola não estivesse tão carregado de más vibrações e azarentos efeitos... “Se”, “se”, “se”. Nunca se sabe. Mas, por agora, sim, é verdade, é caso para dizer que o tal do “se” nos caiu em cima da cabeça.
Esperemos que seja um daqueles espalhanços que nos salvam a vida. Pode ser que com isto o Benfica se agigante em definitivo. Falta pouco, basta afinar os futebóis com a vontade e vice-versa. Jogar mais unido como contra o Leiria – da defesa ao ataque, todos apontados ao golo –, jogar mais focado do que contra o Setúbal – golos sim, mas na baliza deles –, jogar mais para a frente, benfiquisticamente.
Mas agora tenho um problema, caros leitores. É hoje o jogo com o Sporting para a Taça da Liga e eu estou aqui a escrever antes do próprio do acontecimento. Será que poderíamos trocar os “ses” desta vez? Era um belo favor que me faziam. Só uma vez, vá lá, um dia não são dias. Sei bem que não estamos aqui para grandes futurismos – quase o contrário até, que, como lembra o outro, o futebol é o nosso voltar ao passado e à infância –, mas hoje preciso de ajuda. Digam-me, por favor, caros leitores, como é que acaba esta crónica.
Para que lado é que se resolveu o confronto entre os “psicológicos” Patrício e Cardozo? Menezes apareceu a revolucionar os meios-campos? Goleámos ou limitámo-nos a ganhar? Saviola desembrulhou alguma nova magia argentina? Foi glória, glória, glória ou (figas, bater em madeira, palavrões para dentro) uma hecatombe impossível?
1 comentários:
Acabou Ben(fica). O único se que deixo foram aqueles minutos pós 2-0 que permitiram ao Liedson reduzir para 2-1. É que tendo o Porto dado 5 (a dois) eu ficaria radiante dando o Benfica sete! Acho que foi uma oportunidade perdida para vingar os 7-1... Já agora como seria se Proença marcasse os penalties contra o Porto - um ao minuto 89' tão visível que parecia um "camião TIR" a derrubar um frágil "carocha" - ele que quando é a favor do Porto até vê o que não existe (penalty de ano passado contra o Benfica ao qual se deve 90% do título ? Apenas um se...
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