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05 fevereiro 2010

A besta da censura


Por Rui Santos in Record

A liberdade de imprensa vive tempos conturbados em Portugal. O país tem assistido a um conjunto de "coincidências" que culminaram com o silenciamento (pelo menos temporário) de alguns jornalistas.
Este Governo tem sido particularmente acossado com sinais muito fortes de má convivência com a liberdade de pensamento. Nada de muito novo. O estilo truculento, de alguma incomodidade perante "certas opiniões", havia sido descortinado noutros Governos. Temos, pois, o "centrão" político, ou uma emanação dele, que deveriam ser os maiores guardiões da liberdade de expressão, a pôr em causa os mais elementares princípios de um regime verdadeiramente democrático.

Podemos ter reservas sobre o estilo e a forma. Mas, em nenhuma circunstância, devemos capitular quando os jornalistas são obstinados na defesa das suas ideias. Ideias assumidas, através da assinatura ou da imagem verbalizada.

Cobardes são aqueles que se servem dos jornais (como sua propriedade intelectual) sem darem a cara. Estes casos tocam-me especialmente. Tenho uma vida profissional de luta contra os censores.

Apercebo-me que, na área da política, as pressões são imensas, mas, com conhecimento de causa, sei o que se passa, a este nível, no "mundo do futebol". O "jornalismo desportivo" transformou-se num exercício de múltiplas concessões, omissões voluntárias e outras aleatoriedades.

Um diretor que claudica perante um texto de um respeitável profissional não merece ser diretor nem jornalista. E não é claudicar perante um texto. É arranjar-se um pretexto para um conjunto alargado de incómodos artigos. A independência, para alguns, é demência. Ou irresponsabilidade. Ou negativismo. Ou "bota-abaixismo".

"Problema?!" Só se forem ditos "jornalistas", nalguns casos fazendo parte de Direções, que dão cobertura aos amuos de gente poderosa. Na política e no futebol. Alegadamente em nome do negócio. Mas... que negócio?!

Há editorialistas que falam de ausência de contraditório quando eles, nas suas tribunas escritas, também não o têm. O exercício da escrita ou do pensamento verbalizado são momentos de uma certa intimidade. Opinião é opinião. Debate é debate. O "problema" é serem alguns jornalistas a não perceberem esse princípio e a fazer "jornalismo seletivo".

Nos últimos dias, por causa da divulgação das imagens do túnel da Luz, assistimos a mais um mau momento do jornalismo desportivo português. Quem esteve atento deu conta, certamente, de omissões, deturpações, falta de rigor, opinião em forma de manchete, notícias em forma de opinião, falsas presenças em estádio e puras discriminações.

Vale tudo: escolher protagonistas, eliminar outros, conforme se ama ou se odeia, fazendo-se notícias em torno do que se gosta e do que não se gosta, estejam em causa pessoas ou instituições.

Neste clima de "vale-tudo", comum ao futebol e certo ‘jornalismo desportivo', salvam-se alguns (honrosamente), mas a vergonha... não morre! A censura existe. Há forma de a combater? Há! Denunciando a besta que ela representa.

NOTA - Um FC Porto acelerado reabriu fissuras perigosas no edifício do leão, que ameaça ruir.

NOTA 1 - Saviola é o "rei" desta Liga.

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