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13 janeiro 2010

Táctica: decorar ou improvisar?



Por Luís Freitas Lobo in A Bola

PODEM existir vários jogos espalhados na história que sustentem outra tese, mas gosto de acreditar que o melhor caminho para ganhar é saber ter a bola (a posse) e atacar com inteligente agressividade táctica e técnica. Mas, mantendo este pensamento presente, será que o contrário, prepara o jogo para saber não ter a bola (dar iniciativa ao adversário) e defender com a mesma agressividade táctica a fechar espaços de penetração ao adversário, será o melhor caminho para… empatar um jogo?
Esta ideia não é de demonstração científica (o futebol não admite essa ousadia) mas há jogos e equipas que, sendo legítimas diferentes estratégias (antagónicas mesmo) para ganhar um jogo, levam a pensar nela durante os 90 minutos. O nosso campeonato já deu uma volta inteira e penso que esta separação de águas táctico-mental é uma boa forma de entender diferentes equipas e muito do chamado futebol de bloqueios que manda em mais de metade da tabela.

Seguir o Rio Ave-Benfica foi uma boa forma de perceber esta vida dupla futebolística. A organização defensiva que o onze de Brito meteu no jogo colocou-o muito perto de o empatar. O Benfica tinha as outras ideias de origem, teve posse, mas, muitas vezes, faltou-lhe a tal sequência ofensiva perante o bloqueio adversário.

Tudo isto, claro, também depende das armas (leia-se jogadores) que cada treinador tem ao dispor. Nos dois casos. Saber que o mais provável é não ter maior tempo de posse pode, desde logo, inverter aquela opção inicial. O meio-campo carraça do Rio Ave fecha bem sem bola mas os seus médios têm dificuldade em fazer recepções orientadas que proporcionem, recuperada a posse, transições rápidas (e consequentemente bons contra-ataques, a primeira consequência de um boa transição rápida). O meio-campo do Benfica, sem Aimar no corredor central, perde a noção de que o passe será sempre muito mais rápido que o jogador a correr. É a primeira noção que torna a equipa mais veloz (na execução e no jogo). É uma das grandes diferenças entre Aimar ou Carlos Martins. Joga melhor quem corre menos e faz correr mais a bola.

No fundo, o que está aqui em causa são os chamados grandes conceitos de jogo com que uma equipa entra em campo. No plano-macro da estratégia não podem ser muitos para serem bem assimilados pelos jogadores e metidos no colectivo. Acredito em quatro ou cinco grandes ideias-mestras, diluídas nos princípios (comportamentos) no jogo. Pensando no melhor futebol pode-se distinguir dois supra-conceitos. Primeiro: pressão alta e sair a jogar desde trás com a bola. Segundo: equipa aberta (largura) e com profundidade, e circulação variando de flanco para flanco.

Poucas equipas as desenvolvem (ou têm capacidade para tal) no nosso campeonato. Não bastam as intenções. Quando o defesa se sente tão importante como o avançado, então está descoberto o melhor caminho. O trajecto do bom futebol é aquele que vai desde a táctica individual para a técnica colectiva. As palavras não estão trocadas. Pensem bem. É mesmo assim.

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