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12 janeiro 2010

Será preciso matar o futebol?



Por Vítor Serpa in A Bola

OS tempos vão conturbados e perturbados. Porque o país real, legitimamente, se aflige com a inoperância nacional e com o anúncio, felizmente sempre adiado, da extrema unção, que alguns gostam de prometer em cada dia que passa. As coisas já iriam mal por si mesmas, não precisariam de tanto alarido dos velhos profetas da desgraça, mas alguns ainda se martirizam a tornar tudo isto bem pior do que é, até fazendo do futebol bem mais do que um jogo, tornando-o qualquer coisa de dramático e, por isso, premeditando um género de vingançazinhas personalizadas num género de conforto das suas vidinhas medíocres.

Pode o governo desgovernar-nos, a oposição desoposicionar-se, o desemprego aumentar, a produtividade diminuir, o défice crescer, a esperança definhar, os ricos somarem-se e os pobres sumirem-se que nada nos agita mais do que o futebol, as derrotas e as vitórias que são e serão, sempre, efémeras, mas que se julgam como definitivas, anulando a inteligência dos homens, tornando-os primários, quase irracionais, estrangulados de raiva, cegos de ira e, por isso, incontroláveis nos pensamentos e nos actos.

O que admira é que no auge das emoções, as pessoas tão facilmente enterrem saberes e bons sensos, como se desatassem os nós de cordas que, antes, os impediam de ser simplesmente imbecis.

Um pouco de ordem em cada cabeça, se faz favor. Pelo menos naqueles que dela não se servem, apenas, para pôr e tirar o chapéu. Haja a decência de preservar a natureza inteligente do homem, sem que para isso seja preciso matar o futebol.

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