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28 janeiro 2010

Os extremos não se tocam



Por João Gobern in Record

Segunda-feira, 25 de janeiro de 2010. Perante 50 mil testemunhas dispostas a combater a tragédia e os flagelos com a festa - e com uma contribuição que não se ficou pelo simbolismo -, o futebol tem direito a uma jornada de propaganda única.
Foi um jogo de excelência (não estivessem em campo Zidane, Figo, Nedved, Kluivert, Hierro, Davids, Hagi, Lehmann, Barthez, Henry, Daniel Alves, Dugarry e Cocu, mas também Humberto Coelho, Nené, Chalana, Pietra, Shéu, Schwarz, Valdo, Mozer, Poborsky, Rui Costa, Dimas, Hélder e tantos outros), carregado de significado, vivido como uma celebração e, às vezes, até emocionante.

Foi, igualmente, pedagógico - no cavalheirismo praticado e na ausência de dureza. Foi recreativo, como o futebol deveria ser sempre. Teve momentos de puro espetáculo, algo que falha muitas vezes nos chamados jogos "a doer" (e a expressão não é inocente). Foi uma lição de bom comportamento e de entusiasmo inteligente por parte do público, o mesmo que às vezes se deixa transformar numa espécie de plateia de circo romano, se bem que por norma os "incendiários" venham lá de dentro. Claro que o momento "de onda" do Benfica contribuiu para uma adesão única. Mas ninguém confundiu nem esqueceu nada, do Haiti à saudade de Miklos Fehér. Pode e deve ser mostrado aos mais novos, como exemplo da superioridade moral do futebol.

Opior é o outro lado: murros e insultos entre um diretor-desportivo e um atleta de alta competição, ainda por cima ex-companheiros de equipa; tentativas de agressão em túneis, seguidas ou não por provocações; a vergonha das escutas que, ouvidas "de viva voz", ainda nos deixam mais estarrecidos com a circunstância de terem sido rejeitadas como prova; a divulgação "à la carte" - que mais parece "a pedido" - de "novidades" que colidem com o direito à privacidade e, eventualmente, com o segredo de Justiça.

Esta é a face mais negra do futebol nacional, afetado pela suspeita crónica e em que os golpes baixos, o tráfico de influências, os arranjinhos e compadrios se espalham como metástases por todos os sectores, espalhando uma doença maligna e que o prolongamento, sem intervenção cirúrgica, pode tornar fatal. Confesso: o que mais me espanta é a cegueira do "salve-se quem puder" dos que seguem quem deveria ter vergonha na cara e talvez ainda fosse a tempo de sair pelo próprio pé. Já se percebeu que não. Infelizmente.

Nota 1 - E Miccoli à solta no Estádio da Luz? Mesmo com a atual maré, deu para sentir muitas saudades.

Nota 2 - Será impressão minha ou uma certa "intelligentsia" portista começou a mudar de atitude face à Taça da Liga depois do sorteio de ontem? "Estão verdes, não prestam...", escreveu o senhor de La Fontaine. E sabia do que falava.

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