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14 janeiro 2010

Mais sim


Por Jacinto Lucas Pires in JN


Estamos sempre à espera, claro, mas em boa verdade nunca estamos preparados. Do nada, aparecem estas inspirações, plim. No sábado, em Vila do Conde, o jogo arrastava-se, enevoado e inconsequente; muita conversa de meio-campo mas pouca acção lá à frente, na área, no lugar onde o futuro muda. Até que Saviola entra na história e, de uma penada, reescreve a peça. Está tudo naquele tiro. Num só chuto, os actos I, II e III desse Rio Ave-Benfica.
Sempre admirei a técnica dos craques chineses do pingue-pongue olímpico. Aqueles jeitos de pulso, tão engenhosos e delicados, que inventam efeitos mirabolantes para pôr a bola no sítio exacto. Ora Saviola faz isso – nem é com o pé, é com a perna. Quaresma deve ter gostado de ver o truque argentino no seu televisor milanês: uma trivela com a canela!
Um grande golo, sem dúvida. E uma óptima vitória, claro. Mas não podemos continuar assim, meus caros, tão dependentes destas pérolas dos nossos astros; tão confiantes no segundo-maravilha em que Saviola ou Cardozo, ou qualquer outro dos magníficos, chute para a verdade. O pior que nos podia acontecer nesta altura do campeonato era começar a perder balanço. Como na vida, não podemos nunca baixar a guarda, olhos sempre lá no centro geométrico do sonho. Temos de conseguir ainda mais, sempre mais, mais alto, melhor, mais sim. Mister Jesus, jogadores do Glorioso, ouçam por favor o pedido deste adepto tímido: mais goooolos, mais futebooool.
É certo que todas as equipas, das maiores às mais pequenas, têm os seus jogadores-chave, o seu núcleo duro, o seu esqueleto, o seu coração. O Benfica também e não há mal nenhum nisso. Uma equipa que pode contar com Luisão, David Luiz, Javi García, Ramires, Aimar, Saviola e Cardozo é natural que se habitue mal – isto é, ao melhor, futebóis de alta-literatura – e se ressinta quando algumas destas estrelas não jogam. Tudo bem, percebidíssimo. Mas, com mais ou menos “rotatividades”, é essencial que volte aquele ânimo de equipa inteira. Esse espírito é que levantava vendavais de golos. Um espírito tão de todos que até dava a impressão que éramos mesmo nós lá no campo a chutar a bola também, a festejar 4-0’s, 8-1’s e o diabo a sete.

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