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23 dezembro 2009

Esta época há um 'coelho' a mais…



Por Luís Freitas Lobo in A Bola

NUMA equipa, existem posições. No relvado, existem espaços. Conceitos e realidades que, no papel, estão directamente relacionados. O jogo, porém, tem outros desígnios que os seus diferentes movimentos ditam. Na Luz, no inicio, não existia Aimar. Existia a sua posição para ocupar. E o seu espaço para preencher. Ambos vazios, na origem. A entrada de Carlos Martins preenchia a posição. A ocupação do espaço teria, no entanto, contornos menos lineares. Sem mexer no sistema, procurando manter os mesmos princípios de jogo nos flancos, o corredor central foi a base para o Benfica começar a construir a sua forma de jogar através da forma como impediu o FC Porto de sair a jogar. Uma estratégia que começa numa contra-estratégia.
Enquanto nos flancos os esticões de Urreta reproduziam (nas características individuais) os gestos dos extremos ausentes, travando assim as saídas de Fucile (inicio de transição portista nas faixas); no centro, os recuos de Saviola sufocavam a saída de Fernando (início de transição portista no centro). Nesse movimento táctico, Saviola mais do que surgir na posição, surgia no… espaço de Aimar. Para, depois, voltar a avançar, em busca da área. Um jogo de avanços e recuos que, nas entre linhas da equipa azul-e-branca, fazia, depois, em posse, nascer a estratégia ofensiva encarnada, mantendo sempre Cardozo a prender os centrais.

São coisas diferentes: enquanto Saviola entra (surge) no espaço, Cardozo preenche (ocupa) o espaço. Como também explicava Carlos Martins, o ocupante original da posição de Aimar. Mais operário, do que construtor puro, ele soube, nos recuos, com Javi García nas costas, montar a zona de pressão encarnada que comeu a bola e os espaços do meio-campo, blindando os avanços de Guarín e Raul Meireles.

A incapacidade do 4x3x3 do FC Porto se transformar, durante o jogo, noutro sistema, ditou tacticamente a sentença de um jogo onde as noções de pressão suplantaram as de construção. A aparente evolução na segunda parte resultou de diferentes traços individuais que surgiram no jogo. Entrou um jogador capaz de segurar melhor a bola (Varela) e passou para zonas mais interiores um que a sabe transportar melhor (Rodríguez) antes a jogar como ala. Temporização e transporte são, porém, meras ilusões que não apagam a falta de quem domine conceitos como ordem e criatividade.

Uma boa forma de perceber a velocidade que o jogar benfiquista imprime à segunda linha do seu meio-campo, é verificar como, muitas vezes, o jogo da equipa descansa com um passe vertical para o ponta-de-lança. É a altura em que, na organização ofensiva (momento de definição, como diria Jesus) os jogadores procuram o melhor jogo posicional para trocar a bola. Um ala abre mais, o segundo avançado (Saviola) baixa entre linhas e o outro falso ala (Ramires) surge mais por dentro. N.º 9 puro, Cardozo é um exemplo de electricidade estática no sentido futebolístico do termo. Uma equação táctica onde, este ano, existe um coelho a mais. Daqueles que faz toda a diferença.



Atenção a...

YARTEY
Beira-Mar

UMA bela promessa vinda da selecção Sub-17 do Gana. Pertence ao Benfica, jogou nos juniores e alinha agora no Beira-Mar, de Leonardo Jardim, líder da II Liga. Ishmael Yartey, esquerdino, é um médio que, parecendo franzino (1.67m e 69kg), mexe com o jogo, com finta e remate, mas que também sabe pegar na bola mais atrás, embora seja na frente, gostando de descair sobre a ala, que mais se destaca. N.º 10, maneja muito bem essas diferentes fases de construção e passe. Estilo extremo, tem velocidade e atitude. Faz 20 anos em Janeiro. Se evoluir dentro deste nível, pode sair daqui um craque.

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