Por João Rosado in DN.sapo.pt
Tudo na mesma. Adrien acabou por ser a grande surpresa no onze leonino, enquanto Jesus optou pela equipa que se previa mas que muito cedo foi obrigada a mudança significativa no meio-campo. Falta outro número 10.
Apesar de ter feito apenas um remate perigoso à baliza (Di María atirou contra Rui Patrício aos 71'), o Benfica saiu ontem de Alvalade com os 11 pontos que já levara de vantagem e que podem também traduzir o "adeus" do Sporting a uma credível candidatura ao título. Isto apesar de os encarnados terem evidenciado a lacuna que Braga e Guimarães já tinham explorado tão eficazmente, ou seja, sempre que Aimar não "funciona", a equipa tem muitas dificuldades para criar situações de golo. Mérito também para o Sporting, claro, já que não se pode dizer que Carvalhal tivesse optado por um onze… suspeito.
Embora fazendo uso do "método" minhoto, ou seja, um 4x2x3x1, o treinador do Sporting fez o "favor" a Vukcevic e colocou-o como ala-direito, deixando o corredor esquerdo para Miguel Veloso e o central para a dupla constituída por Moutinho e… Adrien. Com o intuito de neutralizar o 10 benfiquista, Carvalhal não se coibiu de dar um voto de confiança a Adrien e uma missão que passava pelo bloqueio a Pablo Aimar. É verdade que as circunstâncias acabaram por colocar mais vezes Moutinho ante o argentino mas também foi evidente que a estratégia e as opções do timoneiro leonino forçaram Jesus a apresentar muito cedo o chamado plano B, traduzível na colocação de Aimar no corredor de Maxi e a deslocação de Ramires para junto de Javi García.
A medida do banco encarnado revelou-se acertada, pois a partir dos 17' deu ao Benfica o músculo e a consistência que faltavam num meio-campo incapaz até essa altura de filtrar os movimentos atacantes de um opositor que não deixava a defesa visitante subir. Jesus viu que a sua equipa não tinha capacidade de pressão e só depois da mudança no meio-campo foi possível assistir a um dérbi equilibrado e com os encarnados em condições de recuperarem as bolas.
Os movimentos em diagonal de Liedson foram muito procurados só que os da Luz tinham-se reagrupado em 4x2x3x1 na hora de defender e mesmo com o avançado em noite "sim" acabava sempre alguém por faltar na posição 9. Matías nunca funcionou e esse problema só foi parcialmente resolvido quando o chileno deu entrada a Pereirinha e Vukcevic passou a jogar atrás de Liedson.
Carvalhal "esqueceu-se" foi de corrigir o posicionamento de Veloso, todo o tempo entregue ao flanco canhoto. Valeu um Benfica que quer sempre tanta coisa mas sabe Aimar muito pouco…
A figura do jogo
João Moutinho
Moutinho foi o grande pilar táctico, assumindo humildemente o papel de "polícia" de Aimar.
MINUTO 17 Momento em que Jesus foi obrigado a tirar Aimar para o flanco direito e trocar com Ramires. Uma decisão motivada pela exibição do capitão leonino.
Sporting
Positivo
Liedson
Se há clube em Portugal que cai a gosto de Liedson, esse clube, ou melhor, esse adversário é o Benfica. O avançado parece que ainda é mais "mortífero" nos dérbis e ontem voltou a provar que sente uma motivação especial quando tem pela frente os encarnados. Mesmo sozinho no ataque, fez brilhar Sidnei e forçou Quim à primeira grande defesa (23'). Em abono de Liedson convém frisar que nem Matías nem Vukcevic e tão-pouco Postiga lhe prestaram um apoio digno desse nome.
Negativo
Miguel Veloso
Para satisfazer as pretensões de Vukcevic (que tanto se incompatibilizou com Paulo Bento…), Carvalhal fez ontem de Miguel Veloso um ala esquerdo, deixando o montenegrino no seu "adorado" flanco direito. Sem velocidade para jogar no ataque junto à linha, Veloso beneficiou da ausência de um verdadeiro extremo-direito no onze encarnado. A verdade é que numa das poucas vezes em que esteve no meio, disparou para uma defesa de Quim que evitou um golo monumental (57').
Benfica
A figura
Quim
Não teve ontem uma noite de grande trabalho mas nas poucas vezes em que foi chamado a responder exibiu-se a grande nível. Aos 23 minutos defendeu com estilo um perigoso remate de Liedson e aos 57' negou um golo a Miguel Veloso que faria inveja a… Eusébio.
Positivo
Sidnei
A ausência de Luisão causava alguma preocupação aos encarnados, ainda mal refeitos da eliminação na Taça. Substituto do capitão foi Sidnei e a exemplo daquilo que fizera sob o comando de Quique, o central (saiu lesionado aos 76') encarou bem o dérbi e não tremeu. Isto apesar de ter quase sempre pela frente um formidável Liedson. Que belo duelo!
Negativo
Aimar
Bastaram os primeiros minutos (não foi preciso mais de 15 m) para se perceber que a estratégia de Carvalhal estava a "asfixiar" Aimar, na linha daquilo que se esperava por parte do técnico leonino. Vá lá que Jesus não demorou em "trocar" Ramires com Aimar. O argentino passou a fazer o flanco direito e o brasileiro "fechou" o corredor central com Javi García.
1 comentários:
Esta e outros artigos de opinião mostram que está instalada uma campanha para descredibilizar o Aimar!!!
É culpa do Aimar que os colegas tenham falhado as 4 ou 5 situações de golo em que estavam isolados frente ao Patrício???
PS no coreio da manhã até dizem que o Maxi Pereira deve jogar ao lado do Javi porque não é um verdadeiro lateral... e é o lateral direito mais pontuado do jornal LOL
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