Por Fernando Guerra in A Bola
Li numa peça de reportagem sobre o Belenenses-Benfica que o Restelo se transformou num estádio da Luz em pequeno, bancadas quase repletas, dois terços pintados de vermelho. Ambiente fantástico, à medida do peso institucional do jogo.
Igual, como refere o bicampeão europeu José Augusto, ao que se registava quando a presença do Benfica, independentemente do local e do nome do adversário, era sinónimo de lotação esgotada. Quase tudo girava em redor dele. Os tempos mudaram, é certo, e a crise directiva que se instalou no Benfica desde o princípio dos anos 90 do século passado (!) estendeu a passadeira ao aventureirismo, a gestões ruinosas, à perda de respeitabilidade e ao colapso desportivo, mas no essencial, isto é, na influência do emblema da águia no país futebolístico, o que mudou teve unicamente a ver com o seu desaparecimento dos palcos internacionais e da rotina de títulos.
Li numa peça de reportagem sobre o Belenenses-Benfica que o Restelo se transformou num estádio da Luz em pequeno, bancadas quase repletas, dois terços pintados de vermelho. Ambiente fantástico, à medida do peso institucional do jogo.
Igual, como refere o bicampeão europeu José Augusto, ao que se registava quando a presença do Benfica, independentemente do local e do nome do adversário, era sinónimo de lotação esgotada. Quase tudo girava em redor dele. Os tempos mudaram, é certo, e a crise directiva que se instalou no Benfica desde o princípio dos anos 90 do século passado (!) estendeu a passadeira ao aventureirismo, a gestões ruinosas, à perda de respeitabilidade e ao colapso desportivo, mas no essencial, isto é, na influência do emblema da águia no país futebolístico, o que mudou teve unicamente a ver com o seu desaparecimento dos palcos internacionais e da rotina de títulos.
O mercado arrefeceu, com reflexos negativos que abalaram o universo dos clubes de pequena e média dimensão, cujos dirigentes, os sérios, felizmente em maioria, digo eu, porque também há os artistas, os traficantes de promessas, à excepção das raridades madeirenses, seriam fortes candidatos a prémio se houvesse um Nobel para a imaginação: manter equilibrado o deve e o haver, honrar os compromissos assumidos, é tarefa hercúlea que merece admiração e reconhecimento. O Belenenses recebeu anteontem o seu abono de família da presente temporada, desta vez reforçado pela razão simples do Benfica estar a jogar bem, a ganhar, a marcar muitos golos, factores necessários para revitalizar a economia do futebol e... suficientes se esta tendência vitoriosa se mantiver e se os encarnados redescobrirem os caminhos por onde se passearam até 1990, quando compareceram na sua última final da Taça dos Campeões Europeus, em Viena. Ainda há poucos meses, numa entrevista muito interessante publicada em A Bola, o presidente do Campomaiorense, João Nabeiro, realçou esse aspecto, o de os clubes modestos viverem um ano à espera da visita do Benfica, por ser a única que lhes traz algum desafogo, por saberem que naquele mês haverá dinheiro para pagar os ordenados. Como isto é verdade nos bons e nos maus momentos, o volume do abono oscila em função da intensidade da vaga de optimismo que abraça a nação benfiquista.
O Belenenses teve sorte, mas regressa ao fim da fila. Possibilidade de outra casa cheia... em 2010/2011. Entretanto, outros esfregam as mãos de contentamento, desejosos que a euforia vermelha se mantenha em alta até, pelo menos, lhes tocar à porta. Afinal, o medicamento mais amigo da saúde financeira de pobres e remediados é um Benfica forte e triunfador, gerador incomparável de receitas. A propósito, trago à colação um jogo particular que, depois de ter vencido a Taça UEFA, em Sevilha, nobremente o FC Porto se disponibilizou a realizar no Estádio de S. Luís para ajudar o Farense. Resultado: ausência de público e um lucro simbólico de vinte euros para evitar o desconforto da palavra prejuízo.
Em teoria, por questões de rivalidade desportiva , apenas dragões e leões deveriam contestar os benefícios da supremacia benfiquista, mas na prática as coisas não são assim. Pelo meio, há um turbilhão de interesses empresariais, pessoais, até políticos, que enodoam as regras e se sobrepõem ao bem-estar dos próprios clubes.
Filipe Vieira desafiou a história ao candidatar-se a terceiro mandato. Da instituição maltratada e desacreditada que lhe caiu nos braços, nem vestígios. O Benfica de hoje recuperou a credibilidade e o apreço em todos os sectores da sociedade e a sua grandeza impõe-se com a confiança que o projecto em desenvolvimento autoriza.
A batalha decisiva está em marcha. Não se sabe quanto tempo vai durar, mas o avanço é irreversível. Finalmente, depois de experiências mal sucedidas, Vieira sente ter condições para colocar em cima da mesa o trunfo do mérito. Já é presidente do maior clube português e considerado um dos dez mais prestigiados no mundo. Agora, reuniu um plantel com argumentos para se bater com os melhores. Era o passo que lhe faltava dar!
O Belenenses teve sorte, mas regressa ao fim da fila. Possibilidade de outra casa cheia... em 2010/2011. Entretanto, outros esfregam as mãos de contentamento, desejosos que a euforia vermelha se mantenha em alta até, pelo menos, lhes tocar à porta. Afinal, o medicamento mais amigo da saúde financeira de pobres e remediados é um Benfica forte e triunfador, gerador incomparável de receitas. A propósito, trago à colação um jogo particular que, depois de ter vencido a Taça UEFA, em Sevilha, nobremente o FC Porto se disponibilizou a realizar no Estádio de S. Luís para ajudar o Farense. Resultado: ausência de público e um lucro simbólico de vinte euros para evitar o desconforto da palavra prejuízo.
Em teoria, por questões de rivalidade desportiva , apenas dragões e leões deveriam contestar os benefícios da supremacia benfiquista, mas na prática as coisas não são assim. Pelo meio, há um turbilhão de interesses empresariais, pessoais, até políticos, que enodoam as regras e se sobrepõem ao bem-estar dos próprios clubes.
Filipe Vieira desafiou a história ao candidatar-se a terceiro mandato. Da instituição maltratada e desacreditada que lhe caiu nos braços, nem vestígios. O Benfica de hoje recuperou a credibilidade e o apreço em todos os sectores da sociedade e a sua grandeza impõe-se com a confiança que o projecto em desenvolvimento autoriza.
A batalha decisiva está em marcha. Não se sabe quanto tempo vai durar, mas o avanço é irreversível. Finalmente, depois de experiências mal sucedidas, Vieira sente ter condições para colocar em cima da mesa o trunfo do mérito. Já é presidente do maior clube português e considerado um dos dez mais prestigiados no mundo. Agora, reuniu um plantel com argumentos para se bater com os melhores. Era o passo que lhe faltava dar!
1 comentários:
Esta reportagem é um bonito sonho que espelha a realidade de outrora com a euforia do presente e a ansiedade sobre o futuro.
Ser benfiquista é um estado de alma que se extasia de orgulho, não só pela sede de golos, mas também pela concretização de solidariedades.
É muito mais que desporto, é um fenómeno contagiante de alegria e sucesso.
Quando a bola entra na baliza adversária, o sonho sobe bem lá no alto, não pela ideia de garantir a vitória do jogo, mas pela beleza de ver o clube levantar a taça.
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