Em linha recta
Por Miguél Góis in Record
Não se pode dizer que, em termos ofensivos, o Benfica tenha encantado na partida contra a U. Leiria. Resultados como aquele que se conseguiu em casa contra o V. Setúbal - é bom que os adeptos se consciencializem disso - só se vão repetir, esta época, mais umas 20 e tal vezes. O resto será constituído por vitórias suadas, obtidas pela margem mínima. Será necessário ter muita paciência nesses dois jogos.
Em contrapartida, considero que o Benfica, defensivamente, fez um jogo notável. E o meu destaque vai para a sua linha defensiva, que colocou várias vezes os adversários em fora-de-jogo. A certa altura, confesso que me deu pena ver os avançados leirienses, durante 90 minutos, à procura de um declive na linha. Mas não: tudo indica que ali, no relvado de Leiria, estava a linha mais reta do mundo. Esclarecimento prévio: não percebo rigorosamente nada de matemática. A minha única desculpa é que sou português. Mas sei o suficiente para saber que, por muito estranho que nos pareça, a natureza está escrita em linguagem matemática. Por exemplo, a linha reta existe na natureza. Agora, pelo que nos foi dado a ver no domingo, a linha reta também existe no futebol português.
Numa altura em que, mais uma vez, se discute tanto a arbitragem, é consolador saber que os fiscais-de-linha têm finalmente à sua disposição um meio para formarem uma opinião mais segura sobre o que se passa no campo de jogo. Ainda não são os meios tecnológicos, é certo. Mas é possível que seja um auxílio ainda mais seguro. A partir de agora, se não souberem se um jogador está ou não em fora-de-jogo, devem confiar na linha que o Maxi, o Luisão, o David Luiz e o Schaffer desenharam.
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