Saviola tem uns dentes perfeitos
(a propósito de um defeso diferente)
Por Leonor Pinhão in A Bola
Que a ninguém custe admitir que este tem sido um defeso diferente dos demais. Tradicionalmente vive-se aquele período do ano em que a bola não rola e o que rola, nas primeiras páginas dos jornais, são os nomes dos jogadores a contratar, a vender, a emprestar, a trocar até que a bola, finalmente, lá para Agosto, comece a rolar mesmo a sério, ou seja, a contar para campeonatos, taças e afins.Antigamente era isto que nos fazia a todos vibrar! E a todos de todos os clubes.
A excitação do rol de possíveis e impossíveis reforços num desfile quotidiano de avanços e recuos, a tristeza de ver partir jogadores estimados, os roubos entre rivais, eram as fabulosas trivialidades do mercado de Verão que não davam sossego aos adeptos.
Este Verão, porém, tem sido um sossego. Pelo menos para os adeptos do FC Porto e do Benfica que se têm dedicado a outros assuntos.
Nunca os portistas acreditaram em que, por exemplo, fosse este o defeso em que tanto acabariam por aprender sobre odontologia.
O problema dentário de Cissokho, que o fez reprovar nos testes médicos em Milão, transformou os adeptos do FC Porto em dentistas qualificados, trocando opiniões clínicas entre si, discutindo o caso até à exaustão e até ao último molar.
A saída de Lucho para Marselha quase não fez mossa, não levantou ondas, não gerou discussão e o banalíssimo roubo de Álvaro Pereira ao Benfica já quase está esquecido pelas bandas do Dragão.
E Falcão, o avançado colombiano pretendido pelo FC Porto e pelo Benfica, afinal, onde irá esse Falcão parar?
Os adeptos do FC Porto estão-se já perfeitamente nas tintas para o assunto. Mais um, menos um… o que é que isso interessa? Que emoção poderá trazer a compra de Falcão perante a emoção do regresso dentário de Cissokho?
Também os benfiquistas foram forçados a viver este defeso numa perspectiva invulgar.
Não como dentistas, tal como os seus rivais nortenhos, mas como juristas ou magistrados, que também são umas bonitas profissões. É que nunca os benfiquistas pensaram em aprender tanto sobre Política e sobre Justiça como estão a aprender neste defeso.
E tudo porque as nossas eleições mais parecem uma festa móvel, como o Entrudo ou a Páscoa, tal é o compasso a que mudam de data e voltam a mudar, para trás, para a frente, para trás.
Por Leonor Pinhão in A Bola
Que a ninguém custe admitir que este tem sido um defeso diferente dos demais. Tradicionalmente vive-se aquele período do ano em que a bola não rola e o que rola, nas primeiras páginas dos jornais, são os nomes dos jogadores a contratar, a vender, a emprestar, a trocar até que a bola, finalmente, lá para Agosto, comece a rolar mesmo a sério, ou seja, a contar para campeonatos, taças e afins.Antigamente era isto que nos fazia a todos vibrar! E a todos de todos os clubes.
A excitação do rol de possíveis e impossíveis reforços num desfile quotidiano de avanços e recuos, a tristeza de ver partir jogadores estimados, os roubos entre rivais, eram as fabulosas trivialidades do mercado de Verão que não davam sossego aos adeptos.
Este Verão, porém, tem sido um sossego. Pelo menos para os adeptos do FC Porto e do Benfica que se têm dedicado a outros assuntos.
Nunca os portistas acreditaram em que, por exemplo, fosse este o defeso em que tanto acabariam por aprender sobre odontologia.
O problema dentário de Cissokho, que o fez reprovar nos testes médicos em Milão, transformou os adeptos do FC Porto em dentistas qualificados, trocando opiniões clínicas entre si, discutindo o caso até à exaustão e até ao último molar.
A saída de Lucho para Marselha quase não fez mossa, não levantou ondas, não gerou discussão e o banalíssimo roubo de Álvaro Pereira ao Benfica já quase está esquecido pelas bandas do Dragão.
E Falcão, o avançado colombiano pretendido pelo FC Porto e pelo Benfica, afinal, onde irá esse Falcão parar?
Os adeptos do FC Porto estão-se já perfeitamente nas tintas para o assunto. Mais um, menos um… o que é que isso interessa? Que emoção poderá trazer a compra de Falcão perante a emoção do regresso dentário de Cissokho?
Também os benfiquistas foram forçados a viver este defeso numa perspectiva invulgar.
Não como dentistas, tal como os seus rivais nortenhos, mas como juristas ou magistrados, que também são umas bonitas profissões. É que nunca os benfiquistas pensaram em aprender tanto sobre Política e sobre Justiça como estão a aprender neste defeso.
E tudo porque as nossas eleições mais parecem uma festa móvel, como o Entrudo ou a Páscoa, tal é o compasso a que mudam de data e voltam a mudar, para trás, para a frente, para trás.
Transformaram-se, assim, os benfiquistas em técnicos das leis e qualquer providência cautelar é mais rijamente discutida do que a renovação de contrato de Nuno Gomes ou do que as exibições de Ramires, ao serviço do escrete, na Taça das Confederações.
Também os Estatutos do clube estão a ter muita saída.
Adeptos e sócios sabem-nos, finalmente, de cor até porque não há dia em que não venha à baila mais um artigo da lei geral do clube bem como as suas variadas interpretações de acordo com a formação jurídica de cada um.
Com todas estes interesses galopantes não é de espantar que as compras e vendas de jogadores neste defeso não tenham interesse nenhum para os benfiquistas. Pode muito bem o Falcão ir para o FC Porto ou para onde quiser porque as nossas atenções estão concentradas numa questão bem mais importantes.
A saber:
— Deve-se ou não incumbir o presidente da República, professor Cavaco Silva, de marcar as eleições do Benfica tal como fez relativamente às eleições legislativas e às autárquicas?
E nisto andamos. Nada mais nos suscita dúvidas ou temores. Aliás, o que nos poderia preocupar? Saviola, o pequeno mago argentino, já chegou, já treinou e passou com distinção nos teste clínicos do seu novo clube. Tem uns dentes perfeitos. A vida é bela.
Se o Benfica fosse um clube só de futsal ninguém prestaria a menor atenção ao problema dos Estatutos do clube, das providências cautelares e da marcação das eleições.
Anteontem, a equipa de futsal do Benfica conquistou o seu terceiro campeonato consecutivo, somando o quinto título em 7 anos.
Com um palmarés destes não há crise que se lhe chegue!
Pavilhão cheio, entusiasmo, cantorias, enfim, uma festarola para saudar o talento de Ricardinho e companhia e mais um título nacional.
Citando o argumento de Manuel Vilarinho para antecipar as famosas eleições, não há «ruído» que perturbe a estabilidade institucional do Benfica quando se trata de futsal.
É só ganhar, ganhar, ganhar… A vida é bela.
não seria a primeira vez que o título nacional de juniores não seria entregue. Por motivos disciplinares, nas épocas de 1940/41, 1942/43 e 1966/67, a Federação Portuguesa de Futebol cancelou o torneio à beira do fim. E não houve campeão.
E este ano, como é que é? A história repete-se?
Não deixa de ser curiosa a histórica sanha justiceira da FPF quando se trata de agir disciplinarmente sobre jogos de juniores. É fácil corrigir os excessos quando se trata dos mais pequenos.
Nas competições seniores passa-se um pouco a mesma coisa quando é preciso castigar clubes infractores acusados, por exemplo, de práticas ilícitas na relação com a arbitragem.
E nisto andamos. Nada mais nos suscita dúvidas ou temores. Aliás, o que nos poderia preocupar? Saviola, o pequeno mago argentino, já chegou, já treinou e passou com distinção nos teste clínicos do seu novo clube. Tem uns dentes perfeitos. A vida é bela.
Se o Benfica fosse um clube só de futsal ninguém prestaria a menor atenção ao problema dos Estatutos do clube, das providências cautelares e da marcação das eleições.
Anteontem, a equipa de futsal do Benfica conquistou o seu terceiro campeonato consecutivo, somando o quinto título em 7 anos.
Com um palmarés destes não há crise que se lhe chegue!
Pavilhão cheio, entusiasmo, cantorias, enfim, uma festarola para saudar o talento de Ricardinho e companhia e mais um título nacional.
Citando o argumento de Manuel Vilarinho para antecipar as famosas eleições, não há «ruído» que perturbe a estabilidade institucional do Benfica quando se trata de futsal.
É só ganhar, ganhar, ganhar… A vida é bela.
não seria a primeira vez que o título nacional de juniores não seria entregue. Por motivos disciplinares, nas épocas de 1940/41, 1942/43 e 1966/67, a Federação Portuguesa de Futebol cancelou o torneio à beira do fim. E não houve campeão.
E este ano, como é que é? A história repete-se?
Não deixa de ser curiosa a histórica sanha justiceira da FPF quando se trata de agir disciplinarmente sobre jogos de juniores. É fácil corrigir os excessos quando se trata dos mais pequenos.
Nas competições seniores passa-se um pouco a mesma coisa quando é preciso castigar clubes infractores acusados, por exemplo, de práticas ilícitas na relação com a arbitragem.
Os exemplos são sempre dados sobre os mais pequenos. O CD da Liga teve a mão bem pesada com o Gondomar e com o Boavista e ficou-se por aí, naturalmente…
Falam por si as imagens dos confrontos nas bancadas e ao redor do relvado da Academia de Alcochete, onde se jogaram apenas vinte minutos do encontro decisivo para a atribuição do título de juniores. As imagens não ilibam nenhuma das claques, não houve bons nem maus naquela troca de pedradas e de insultos que levaram o árbitro a acabar com o jogo entre os juniores do Sporting e do Benfica.
Os discursos que se seguiram também eram absolutamente dispensáveis. Os responsáveis dos dois clubes não conseguem pedir desculpa. Não pedem desculpa uns aos outros, nem pedem desculpa ao público em geral e aos seus jovens jogadores em particular. É que não custava nada fazê-lo.
Dizem os jornais que José Eduardo Bettencourt, o recém-eleito presidente do Sporting, admite mesmo cortar relações institucionais com o Benfica… Como se as relações não estivessem tremidas há mais de um século. Que perda de tempo.
Luís Filipe Vieira vai ser amanhã eleito para o seu terceiro mandato como presidente do Benfica. Se daqui a três anos conseguir ser reeleito para o seu quarto mandato é sinal de que o futebol do clube entrou no bom caminho do futsal do clube. E a vida seria bela.
Luís Filipe Vieira vai ser amanhã eleito para o seu terceiro mandato como presidente do Benfica. Se daqui a três anos conseguir ser reeleito para o seu quarto mandato é sinal de que o futebol do clube entrou no bom caminho do futsal do clube. E a vida seria bela.
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