Por José Manuel Delgado in A Bola
A colocação de algumas escutas do Apito Dourado no You Tube teve um efeito tsunâmico na sociedade portuguesa, traduzido em mais de dois milhões e setecentas mil visualizações, número recorde na ciber-história nacional.
Atendendo a que muitos dos conteúdos agora postos na Net já tinham sido transcritos no papel, poder-se-ia pensar que o impacto das conversas puras e duras seria reduzido. Quem pensou isso, enganou-se. Portugal, grosso modo, ouviu como foi e manifestou-se estupefacto por só a justiça desportiva (da Liga e da FPF) ter encontrado motivos de condenação dos prevaricadores.
A fase verdadeiramente pós-traumática que se vive agora está a conduzir à diabolização da justiça criminal, que vê a sua crebibilidade minada pela violência das escutas. Como é possível, interrogou-se o cidadão comum, que perante tais evidências só a justiça desportiva tenha actuado? Daí a questionar-se o estado da Justiça em Portugal foi um pequeno passo, entretanto dado.
É neste ponto que devem ser introduzidos factores que temperem, com bom senso, o panorama geral, já que não pode tomar-se a núvem por Juno.
Em Portugal, muitos milhares de pessoas, ligadas aos vários ramos da Justiça, labutam diariamente, mergulhadas em dificuldades e insuficiências, para garantir as decisões mais correctas. Não é pois, por algumas situações mediatizadas, com desfechos que ferem a sensibilidade comum, que deve partir-se para uma generalização, inevitavelmente perversa, que coloca a Justiça pelas ruas da amargura. Longe de viver numa situação ideal, penalizada por falta de meios humanos e técnicos, a Justiça, no nosso País, tem na dedicação da esmagadora maioria dos seus profissionais a principal mais-valia. E esta é uma realidade que deve ser reconhecida, por melhor que se fique a conhecer a rede viária de Vila Nova de Gaia.
2 comentários:
O JMD que aprecio, até por ter sido nosso g.redes, começou muito bem a crónica mas terminou-a mal. Todos sabemos que o pessoal subalterno que trabalha na Justiça, trabalha muito e na maior parte das vezes bem. Devia ter continuado a dar porrada nos juízes! Começou estranhando que só a justiça desportiva tenha condenado os visados nas escutas e depois muda de agulha!
Abraço Boygenius.
Caro Manuel,
concordo em certo modo com as dificuldades da justiça Portuguesa, mas por estes lados, na minha cidade do Porto (e/ou Gaia), a justiça funciona realmente de mal a pior por outros motivos que não por meros problemas de condições físicas, mas sim como foi visto neste caso das escutas por motivos bem diferentes!
Abraço!
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