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03 setembro 2011

Acelerações


O mais certo é eu já estar atacado pela decadência comparativa que traz a Idade da Nostalgia – “nada é tão bom como já foi, nada é tão mau como agora” vale como livro de normas – ou já começar a registar deficiências no “disco rígido”. A verdade é esta: o princípio de temporada futebolística que estamos a viver não terá efetivas novidades no cardápio que nos tem sido servido. Mas que elas se sentem de uma forma muito mais rápida, bastando lembrar que só hoje agosto apresenta as suas despedidas, e incomparavelmente mais intenso.

Ora vejamos: já tivemos a nossa chicotadazita em equipa de topo, depois de o Vitória de Guimarães ter jogado e perdido uma partida de campeonato (frente ao todo-poderoso FC Porto e graças a um golo de penálti que pode vir a entrar na lista das atenções a retribuir pelos do Dragão) e ter sido eliminado com uma dupla derrota no playoff da Liga Europa (diante de um Atlético Madrid que não deixaria de fazer miséria com a esmagadora maioria das equipas nacionais). Para mais não teve tempo Manuel Machado, a quem a competência provada em várias frentes no país continua a não chegar para fazer milagres na sua terra e no seu clube. Para não variar, os emissários do Vitória definiram Paços de Ferreira como horizonte e, agora, abrem uma oportunidade mata-mata a um treinador (de que gosto muitíssimo mas) que talvez precisasse de mais uma ou duas épocas de maturação. Só que agora já não há tempo.

Antes de estar concluída a 3.ª jornada, também já atravessámos a habitual escandaleira montada em torno da arbitragem e, evitando ingenuidades, também aproveitada por ela. As novidades? Um dirigente de um grande clube a dizer abertamente que o Sporting só não reagiu diante da arbitragem de Aveiro (jogo com o Beira-Mar, 0-0) por se tratar de um árbitro menor; um presidente que prosseguiu a “época de caça”, descobrindo em Pedro Proença o culpado pela derrota com o Marítimo (2-3); enfim, um treinador que continua a dar lições de lucidez (mas vai resistir até quando?) ao afirmar que, perante exibições como aquela que a sua equipa assinou, nem vale a pena falar de arbitragens…

O drama das transferências de última hora, que podem resolver as finanças mas destroçar uma época desportiva, também está a ser vivido com tensão invulgar, em especial para os lados do Porto. Afinal, o clube onde todos se sentiam bem e em casa também deixa transparecer muitos candidatos à mudança. Até ao fim do dia de hoje se verá quantas mazelas terá o clube que reparar para prosseguir o “destino”. Com uma certeza: mesmo sem o saber, Jorge Nuno Pinto da Costa já tinha uma solução para cada uma das questões. É coisa que só acontece aos génios, aos adivinhos e aos fala-barato.

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