1. As duas competições internas mais importantes para lá da I Liga, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, estão a entrar nas suas fases realmente decisivas. A primeira terá, já na quarta-feira, um FCPorto-Benfica nas meias-finais; a segunda promete um “derby” Benfica-Sporting também na antecâmara da final.
Mas é preciso estar muito atento para não se perder o desenrolar destas provas (e já nem falo da Liga Zon/Sagres, jogada quase em ritmo de fim-de-semana sim/fim-de-semana não). Veja-se o caso da Taça de Portugal Millenium: os quartos-de-final jogaram-se em quatro datas distintas (um jogo em cada dia) e agora as meias-finais serão decididas a duas mãos. Certo. A primeira é já esta semana. E a segunda? Na semana seguinte, para reforçar a emoção? Não. Daqui a duas semanas, como no figurino tradicional das competições europeias? Também não. Na verdade, a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal será jogada... em Abril.
Sim, em Abril. Tudo o que o jogo de quarta-feira no Dragão deixar em aberto só será decidido a 19 de Abril, mais de dois meses e meio depois. Se isto faz algum sentido, alguém que me explique, porque tenho sérias dificuldades em entender.
Alega-se que as próximas semanas, com o regresso das competições europeias, serão pesadas para os emblemas portugueses de topo. Mas e então as formações pequenas, obrigadas a jogar duas vezes por semana em Janeiro? As equipas mais importantes sabem que o seu objectivo é estarem envolvidas em várias frentes. É para isso que investem em grupos de jogadores mais fortes e valiosos – e as competições europeias são geradoras de receitas.
Este proteccionismo de secretaria aos “grandes” só vem reforçar a ideia de que, no futebol português, se tomam decisões e estabelecem regras já a pensar a quem darão jeito.
2. E o exemplo máximo deste total despudor de viver à margem do que mandam as regras elementares da democracia e do bom senso foi-nos dado, mais uma vez, por uma assembleia geral da Federação Portuguesa de Futebol. Os novos estatutos foram rejeitados, com os votos contra exactamente daqueles a quem esse novo figurino vem tirar as rédeas do poder: as associações distritais.
Pouco importa que esta incrível decisão mantenha a FPF à margem da lei do país e ponha em risco a participação da selecção e dos clubes nas competições internacionais. O que importa é manter o poder.
Já não eram precisos mais exemplos para expor a mediocridade e mesquinhez dos dirigentes do nosso (será deles?) futebol, mas os “srs. drs.” fizeram questão de nos brindar com mais esta exibição de autismo cívico. A tentação óbvia seria deixá-los a falar sozinhos no seu castelinho de fadas e nem tocar no assunto. Mas, infelizmente, eles ainda podem prejudicar muita gente...
3. O mercado de Inverno fechou e o futebol português disse adeus a Liedson. É pena: nos últimos anos, foram dele alguns dos mais espectaculares momentos nos nossos relvados. Mas, já agora, digam-me uma coisa: valeu a pena todo aquele folhetim da naturalização? É assim que se prepara o futuro da selecção?
3 comentários:
Acasos dos casos.
ao contrário do cronista acho muito bem que se possibilite a todos os clubes Portugueses o melhor desempenho possível nas competições europeias! porque isso é mais importante que qualquer competição secundária de Portugal!
quem argumenta contra as competições europeias porque só favorece os grandes é um lunático que não vê o plano geral e tem um pensamento pequenino e regional!
só um bom desempenho internacional permite aumentar a visibilidade das competições portuguesas e por arrasto a sua comercialização para fora! com benefícios para todos os clubes!
a solução passa por se ter mais jogos em Dezembro, ou alternativamente alterar um jogo do campeonato para meio da semana!
Temos de ganhar aos "grandes" para ir as finais...looooool
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