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09 agosto 2010

O que nos disse a Supertaça - Por Luís Avelãs

Por Luís Avelãs in Record

O futebol “a sério” já começou. E para abrir nada melhor que um duelo entre Benfica e FC Porto. Tendo em conta o que se viu na temporada passada e na pré-época, alinhava no grupo daqueles que consideravam as águias favoritas. No entanto, depois dos 90 minutos, creio que ninguém pode colocar em causa a justiça do triunfo portista. Em traços gerais, os azuis e brancos foram melhores em todos os aspectos. E quando assim é... pouco ou nada há a discutir.

Mas, se em relação ao nome do vencedor estamos conversados, convém destacar algumas das indicações que resultaram deste embate de Aveiro. A saber:

- O FC Porto atingiu um nível exibicional que não se tinha visto durante a fase de preparação. A equipa surgiu tacticamente disciplinada, não concedeu espaços na zona central da defesa; foi bastante acutilante no momento de atacar a baliza contrária e revelou enorme confiança. Nem parecia que faltavam lá elementos tão importantes como Fucile, Raul Meireles (entrou na parte final) ou o ex-capitão Bruno Alves (agora nos russos do Zenit).

- Silvestre Varela está completamente recuperado da lesão que, muito provavelmente, lhe retirou a possibilidade de ir ao Mundial da África do Sul. E jogou ao nível daquilo que andava a fazer antes do contratempo. Perante isto, e independentemente dos “prejudicados”, creio que é óbvio que merece um posto no onze portista e, no mínimo, entre os convocados da Selecção Nacional.

- André Villas-Boas não iria ser despedido caso tivesse perdido esta Supertaça. Da mesma forma que não passou a ser o melhor treinador do Mundo só porque a ganhou. Contudo, face à sua inexperiência de banco; à desconfiança que a respectiva contratação gerou em muitos sectores do clube e aos problemas psicológicos que um eventual desaire poderiam provocar nele, nos jogadores e nos adeptos... este triunfo valeu muito mais que uma mera Supertaça. Num ápice, já ninguém se recorda dos desaires da preparação, dos problemas sentidos na defesa, etc, etc. O que está na ordem do dia é que, depois de uma época em que não teve “pedalada” para o Benfica, o FC Porto não demorou a recuperar a confiança. E Villas-Boas ganhou tempo para poder trabalhar descansado.

- Falcão parecia andar meio adormecido. Mas apareceu no momento certo para, com o oportunismo de sempre (num gesto típico de ponta-de-lança), deixar a sua marca e selar o sucesso portista.

- O Benfica rubricou a pior prestação desta temporada. Nunca, na pré-época, a formação das águias jogou de forma tão cinzenta, perdeu tantos passes ou revelou uma tamanha incapacidade para, com calma, colocar a bola no chão e iniciar lances de ataque. Mais: vários jogadores estiveram tão desnorteados que chegaram a ter intervenções condenáveis. César Peixoto e David Luiz, por exemplo, arriscaram mesmo a expulsão, após entradas sem nexo.

- Jorge Jesus é conhecido por fazer muitas previsões acertadas mas, desta vez, enganou-se e muito. O Benfica não ganhou, nem nunca esteve próximo de o poder fazer. O técnico começou logo por errar ao abdicar do modelo táctico que utilizou quase sempre durante a preparação. Para quê treinar um sistema (4x3x3) se, no primeiro embate, se opta por outro (4x4x2)?

- Independentemente das respostas contrárias ou das desculpas, o problema com Roberto está lá e só não vê quem não quer. O espanhol não teve culpas no segundo golo e, mesmo no primeiro, não foi o único a falhar. A questão é que o rapaz abana por todos os lados. Pior: não transmite confiança à equipa, nem a equipa parece confiar nele (a defesa esteve irreconhecível). Pessoalmente, considero que o mais estranho é ver Roberto falhar consecutivamente nos lances aéreos. O posicionamento, a forma como hesita entre sair ou ficar nos postes e a maneira (contra a cartilha dos guardiões) como afasta quase todas as bolas para a frente chegam a dar a ideia que não estamos na presença de alguém com formação de guarda-redes.

- Di Maria e Ramires, de repente, passaram a fazer muita falta aos encarnados. Curiosamente, até sábado, poucos tinham reparado nisso, a começar por Jesus. Será que só vão ser relembrados quando a equipa perder? Falar do passado não resolve nada. O Benfica tem de trabalhar com os elementos que possui e não com que os faziam parte do plantel da época passada. E independentemente de se poder discutir se o actual grupo é mais ou menos forte que o anterior, o que é óbvio que as peças à disposição do treinador podem e devem jogar muito mais. O Benfica da pré-época pode voltar a repetir uma temporada de qualidade, o da Supertaça... não!

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