Neste blog utilizo textos e imagens retiradas de diversos sites na web. Se os seus autores tiverem alguma objecção, por favor contactem-me, e retirarei o(s) texto(s) e a(s) imagem(ns) em questão.

06 abril 2010

A análise de JVP - Por João Pinto


Por João Pinto in O Jogo

Naval-Benfica

1
Benfica entrou ensonado

Assistimos a um jogo muito interessante, com uma primeira parte de grandes emoções. A Naval entrou muito forte, com grande determinação, velocidade e apreciável eficácia na finalização. Marcou dois golos nos primeiros dez minutos, pois soube aproveitar a inesperada falta de concentração do Benfica, que entrou no jogo ensonado e foi surpreendido pela atitude da Naval. Nessa altura, a equipa não só era veloz a atacar como tinha a preocupação de recuar no terreno, dando a sensação de que estava bem posicionada no terreno. E como o Benfica não conseguia linhas de passe nem mostrava capacidade de penetração, chegou a dar a sensação de que a Naval defendia bem.

2
O despertar de Di María

A velocidade de Di María, a capacidade de concretização de Weldon e as bolas paradas acabaram por tirar o Benfica de aflições e permitiram-lhe dar a volta ao resultado. Mas foram as acções do argentino que conseguiram despertar o Benfica do sono que o tinha perturbado. A partir do momento em que sacudiu a apatia, passou a mandar no jogo e foi importante marcar logo a seguir ao 2-0, porque todos passaram a acreditar na recuperação - não houve tempo para se instalar a incerteza. Explorando as costas da defesa da Naval e carregada aos ombros por Di María, a equipa deu a volta ao resultado. Fez o 2-2 de bola parada sem que isso constitua novidade, pois o Benfica desta época tem aproveitado todo o tipo de situações para marcar: em velocidade, em profundidade, de ataque organizado, e então nas bolas paradas tem sido mesmo muito forte.

3
Uma questão de tempo

Quando o Benfica conseguiu o empate ainda na primeira parte, percebeu-se imediatamente que iria marcar mais e que estava encontrado o vencedor. Era só uma questão de tempo. A equipa pressionou mais, ganhou mais segundas bolas, subiu no terreno em bloco, aproveitou as costas da defesa contrária, e Di María sentenciou o jogo pouco depois. Talvez as coisas pudessem ter sido diferentes se Camora aproveitasse a oportunidade que teve quando estava 2-2. Assim… Ao dar a volta, ainda na primeira parte, a um resultado altamente desfavorável, a equipa da Luz não só recuperou de um choque para o qual não estava preparada como ganhou enorme confiança para a outra metade do jogo.

Apesar da surpresa inicial, a partir do momento em que o Benfica acordou nunca mais parou de mandar no jogo, obrigando a Naval a pecar em termos defensivos. A equipa da Figueira da Foz tem jogadores interessantes; gostei particularmente de Fábio Júnior pela forma como segura a bola, pela velocidade e também pelos golos que marcou.

A história da segunda parte é menos rica, porque o Benfica fez o que lhe competia: baixou o ritmo, controlou o jogo, aproveitou o natural desânimo da Naval e foi calmamente à procura do quarto golo.

4
Desgaste físico e emocional em má altura

Tendo já na quinta-feira um difícil compromisso em Liverpool para a Liga Europa, creio que a desconcentração inicial do Benfica obrigou a equipa a correr mais do que deveria ter sido necessário. Ao ouvir as declarações de Jorge Jesus na "flash interview", percebe-se que se calhar foi ao contrário, o desgaste existente é que provocou aquele sono inicial. Em termos práticos, o que aconteceu foi que a equipa teve de correr a dobrar para virar um resultado que seria altamente negativo numa altura crucial da época. O Benfica desgastou-se física e emocionalmente mais do que seria desejável, mas também pode ir buscar força anímica à forma como virou o resultado, o que lhe permitiu fazer uma segunda parte tranquila.

5
Weldon é espelho do plantel

Depois de ter andado desaparecido, Weldon foi titular e marcou dois golos. Não foi ontem que ele mostrou ser um jogador de qualidade, bom finalizador e perigoso dentro da área. Tinha-o demonstrado no início da época, mas depois perdeu protagonismo, porque há outras soluções de qualidade no plantel. Weldon é um dos muitos que podem fazer a diferença. Em Marselha, tinha sido Kardec, noutras situações Carlos Martins ou Rúben Amorim. Todos eles são jogadores de qualidade, com provas dadas, mas que, apesar disso, não entram naquele que Jorge Jesus definiu como o melhor onze, quando toda a gente está disponível. Tudo isso tem a ver com a qualidade do plantel e o facto de haver mesmo dois jogadores de valia idêntica para cada lugar. Mas, insisto, nesta altura a arma principal do Benfica é Di María. O argentino é o grande desequilibrador, principalmente quando a equipa apresenta dificuldades de penetração.

6
Tarefa de Falcao é mais difícil na guerra dos goleadores

O jogo de ontem contou também com mais um episódio na guerra dos goleadores. A luta está renhida e é travada entre dois grandes jogadores, dois pontas-de-lança de qualidade elevada que, felizmente, vieram valorizar o nosso futebol. Dada a forma de jogar de ambas as equipas, Cardozo tem mais probabilidades de marcar, porque o Benfica é mais ofensivo, cria mais oportunidades de golo. Falcao é também um grande goleador, mas está obrigado a ser mais eficaz para se manter nesta luta. Atendendo à menor produção de jogo ofensivo do FC Porto esta época, tem tarefa mais difícil.

0 comentários:

Enviar um comentário

Qual a tua opinião?
Usa e abusa deste formulário para tecer as tuas ideias em defesa do GLORIOSO SLB!!