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02 fevereiro 2010

Corrida a três


Por Fernando Seara in A Bola

1 O Clube Desportivo de Santa Clara, dos Açores, está a festejar o seu 89.º aniversário. Clube ecléctico e com um largo historial, é o mais representativo do futebol açoriano, tendo sido aqui que Pedro Pauleta iniciou a sua carreira de jogador federado. O Santa Clara foi fundado num bairro de gente humilde, maioritariamente composto por pescadores, mas soube sempre adaptar-se às novas realidades e desafios. Nos dias de hoje, 89 anos depois, a realidade do Santa Clara apresenta uma imagem renovada, apresentando-se como um dos expoentes máximos do serviço público que os movimentos associativos prestam aos cidadãos, neste caso ao nível do desporto e da actividade física dos habitantes da Ilha de São Miguel. Insularidades à parte, é bom tomar conhecimento destas realidades que, visando o bem comum, persistem em manter-se e a evoluir por muitas que sejam as adversidades dos tempos que correm. Parabéns, Santa Clara!

2 No arranque das festividades deste 89.º aniversário, participei, na última sexta-feira, a convite simpático da Direcção do Santa Clara e da comissão organizadora das mesmas, num interessante colóquio que teve como palco o hospitaleiro auditório da Universidade dos Açores. Escutámos o sentimento desportivo do navegador solitário Genuíno Madruga que, com as suas duas voltas ao mundo, levou o abraço açoriano aos diferentes mares que defrontou. Mas, ao mesmo tempo, pressentimos o anseio que invade o treinador do Santa Clara, Vítor Pereira, quer na busca do desejado resultado desportivo de subir à principal Liga, como também na reflexão acerca da urgência de mais infra-estruturas desportivas para o clube mais representativo da Região Autónoma dos Açores. Mas, se o nosso, aqui de A BOLA, Fernando Guerra, e uma das referências do jornalismo desportivo açoriano, João de Brito Zeferino, me permitem, o centro das atenções foi o Pedro Pauleta. O embaixador do desporto e do turismo açoriano, o desportista exemplar, o cidadão humilde e responsável e, acima de tudo, o homem que sente as suas raízes e que no regresso saudado a casa procura motivar os jovens para o desporto mas, antes de mais, lhes diz que a escola é o primeiro espaço para o êxito. Para o êxito como cidadão, pressuposto para o êxito desportivo. As onze horas que passei, numa corrida contra o tempo, na ilha de S. Miguel, levam-me a acreditar que para o ano, no momento do 90.º aniversário, as gentes do Santa Clara terão um sorriso acrescido e a diáspora açoriana razões para, através do futebol, sentir que também partilha os grandes palcos deste desporto universal. Pedro Pauleta bem poderia, no final do debate, sentir-se feliz. O reconhecimento pelo seu passado e a importância do seu contributo presente percorreram o auditório da Universidade dos Açores.

3 Foi incontestável a vitória do Sporting de Braga sobre o homónimo lisboeta que, assim, interrompeu uma série de jogos vitoriosos sob o comando de Carlos Carvalhal. Naquele que era considerado o jogo grande desta jornada, os minhotos impuseram os seus atributos de equipa unida, plenamente consciente do que se está a passar no relvado e, acima de tudo, muito ambiciosa. Mesmo sem o chamado domínio territorial do jogo, os comandados de Domingos Paciência revelaram argumentos individuais e colectivos para continuarem a bater-se, de igual para igual, jornada após jornada, com Benfica e Futebol Clube do Porto, lançando a pressão de ganhar sobre os seus mais directos adversários no topo da tabela classificativa. E o mérito por esta atitude cabe inteiramente ao seu treinador que, assim, se revela como mais um jovem quadro técnico em ascensão no panorama do futebol português, mantendo a sua equipa blindada de todas as questões colaterais ao jogo jogado no relvado e que têm sido sobejamente ventiladas na Comunicação Social. Ao futebol o que é do futebol, à Justiça o que é da sua alçada. Mas sempre com a convicção que o direito tem que vencer o torto. Todo e qualquer torto!

4 Os dois principais jogos de ontem, o da Choupana e o do Estádio da Luz, permitem antecipar uma corrida a três pelo título de campeão nacional nesta época desportiva. Foram dois jogos com golos bonitos, principalmente os dois de Carlos Martins. Mas, também, foram dois jogos em que sentimos a falta de uniformidade da arbitragem portuguesa. Houve lances idênticos julgados de formas diferentes. Decisões tomadas sob o ponto de vista disciplinar que, num relvado, foram desculpadas e, em outro, foram sancionadas com cartões. Em ambos os jogos, duas das equipas intervenientes terminaram com menos um jogador. Mas é indiscutível que, na Madeira, Manuel Machado tem razões para se recordar do jogo de ontem, no seu regresso ao banco na competição profissional de futebol. É um regresso que todos saudamos. Mas é um regresso que nos mostrou que, por vezes, era bom que Cristo descesse à terra. Para ver o torto. E para, uma vez mais, proclamar a justiça e a verdade.

5 No futsal foi o domínio ibérico. A Espanha venceu e Portugal conquistou a medalha de prata. Agora, nos próximos tempos, vamos ouvir falar, e muito, do mundo ibérico. Pelo menos em termos de futebol. É o novo iberismo a sonhar com a organização do Campeonato do Mundo de futebol em 2022. Em razão das lógicas continentais. E serão três campeonatos até lá.

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