Por José Manuel Delgado in A Bola
VIVEU-SE, este fim-de-semana, uma jornada para mais tarde recordar: nunca tantos benfiquistas terão torcido pelo Sporting; nunca tantos bracarenses terão desejado um triunfo do V. Guimarães. Quando faltam 13 jogos para terminar a Liga Sagres, as contas, no que respeita aos dois da frente, estão apertadas e nenhum dos candidatos revela sinais de desgaste. No que toca aos minhotos, merece realce a força mental da equipa de Domingos Paciência, sólida, competente e consistente, jogando um futebol cerebral, baseado na convicção de que os ataques ganham jogos mas são as defesas a ganhar os campeonatos. Pelo lado dos benfiquistas, exuberância, em muitas circunstâncias gosto pelo risco, mas também cabeça: a partir do momento em que Carlos Martins foi expulso, os encarnados mostraram uma cultura táctica muito apreciável, que chegou para conter o derradeiro ímpeto da excelente equipa que é o V. Guimarães. Esta é uma dimensão que a turma da Luz conheceu com Giovanni Trapattoni e que agora foi recuperada por Jorge Jesus.
Mas a ronda 17 da Liga Sagres não se ficou pela manifestação atípica de fervor sportinguista do Benfica e de amor vimaranense do Sp.Braga. Na Choupana e na Luz tornou-se particularmente evidente como é desequilibrado o plantel à disposição de Vítor Pereira, um presidente, ao contrário de outros, sem hipótese de recorrer ao petróleo para reforçar os quadros no mercado de Inverno.
Más decisões, falta de capacidade para perceber o jogo, pecados, enfim, que provavelmente nem com muito treino serão corrigidos. Faz falta, de facto, a aprovação de outros critérios de nomeação que possam permitir a Vítor Pereira um melhor (e menos corporativo) aproveitamento do recursos.
Amanhã, há Taça grande. O FC Porto joga muito; o Sporting joga ainda mais. Um clássico que vai marcar, seguramente, a época.
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