Por Filipe Pedras in O Jogo
Pode até parecer surpreendente, mas Carlos Martins nunca foi tão eficaz na sua carreira como agora. Apesar de ter vida difícil na Luz - a concorrência no meio-campo é apertada, em face da presença de elementos como Ramires e Aimar, e as paragens por lesão também dificultam -, o médio já leva meia dúzia de golos marcados nesta época e, tudo somando, apenas um total de 676 minutos nas pernas.
Contas feitas, na presente campanha Martins pode orgulhar-se de ter uma eficácia superior à de muitos avançados, precisando de apenas 112 minutos para abanar as redes adversárias.
O percurso começou com um golo na Mata Real e prosseguiu duas semanas mais tarde com um bis frente ao Monsanto (Taça de Portugal). Nos dois últimos compromissos das águias - Rio Ave, a contar para a Taça da Liga, e Guimarães, em jogo da Liga Sagres -, festejou mais três golos e está por esta altura a apenas um de igualar o melhor registo da sua carreira: sete golos na época 2004/05, às ordens de José Peseiro, no rival Sporting.
De resto, foi precisamente sob o comando do agora seleccionador da Arábia Saudita que conseguiu andar perto da eficácia hoje em dia manifestada, tendo marcado os ditos sete tentos em 1126 minutos disputados. Resulta isto numa média de 160 minutos por golo apontado (ver infografia).
Os números hoje apresentados por Carlos Martins ganham ainda mais expressão se recordarmos a vivência da última época, durante a qual apenas marcou um golo (no Estádio D. Afonso Henriques, em jogo a contar para a Taça da Liga) nos... 1716 minutos que correu entre as quatro linhas.
O jogador só não poderá agora dar continuidade a este sucesso ante o Leiria, na próxima quarta-feira, por causa da acumulação de cartões amarelos somada contra os vimaranenses. Aliás, a título de curiosidade, a última vez que Carlos Martins fora expulso antes desta ocasião sucedeu ainda ao serviço do Recreativo de Huelva (2007/08), na recepção ao Valência (30 de Setembro de 2007), ao minuto 83.
Mau génio
Carlos Martins teve dois desaguisados com Cardozo no último jogo com o Guimarães, só resolvidos com o lance que fecha o 3-1: assistência do Tacuara para golo do médio
No final do jogo, Jorge Jesus sublinhou que isto significa que há vontade de marcar
Em Vila do Conde, quando foi substituído não conteve o desagrado com a opção de Jesus
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