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05 fevereiro 2010

Ganhar no relvado


Por Carlos Daniel in Record

Gosto de futebol e estou farto dos que não gostam de futebol. Pode dizer-se muita coisa sobre este Benfica, mas não se pode deixar de dizer que joga muito. E que está na frente com total mérito. Pode duvidar-se ainda do sucesso final deste Braga, mas não se pode deixar de dizer que tem estado ao nível dos melhores. E que o que já conseguiu irá garantir-lhe sempre, na minha opinião, sucesso no final. Pode criticar-se este Porto, que tem estado claramente abaixo da época passada, mas não pode deixar de se dizer que o que mostrou contra o Sporting é digno de um candidato ao título. Pode gostar-se de uma equipa, mas não pode deixar de se reconhecer o mérito das outras. A cegueira estraga o prazer e o futebol não pode ser limpo e justo apenas quando ganham os nossos. Gostar só da equipa de que somos adeptos e nem conseguir ver os jogos dos rivais não é gostar de futebol. E é permanecer ignorante na matéria. Que grande final de campeonato poderíamos ter se se olhasse mais ao que acontece no relvado.

Acredito nesse final, interessante e emotivo, por mérito das principais equipas, já que depois do que vi da União de Leiria - quinta classificada - na Luz acentuei a minha desilusão em relação a mais uma das equipas da Liga. Não quero ser injusto com os leirienses, até pelo que os vi fazer antes, por exemplo no Dragão, mas aquilo foi mesmo muito mau. Se formos rigorosos, só há três boas equipas no campeonato. Se flexibilizarmos um pouco - às equipas que são capazes de discutir um jogo em qualquer campo -, podemos juntar-lhes o Sporting e nos últimos tempos o Vitória de Guimarães. De resto, o potencial é muito menor, por muito que reconheça a competitividade do Paços de Ferreira, a nova personalidade tática da Académica de Villas-Boas e o excelente rendimento do limitado plantel de Carlos Brito em Vila do Conde. O resto tem sido, global e competitivamente, muito pobre.

É por isso que custa mais ainda que não se fale do verdadeiro problema - que se agrava - do futebol português e que é o da falta de competitividade da Liga. Isso é que devia preocupar quem gosta de futebol. Por que razão não temos um campeonato mais parecido, a esse nível, com o francês e o alemão, onde as diferenças entre as equipas são muito menores e o número de candidatos aos lugares cimeiros muito mais numerosos.

O que é preciso é valorizar mais o génio serpenteante de Saviola, tão eficaz a servir como a finalizar, a suprema inteligência de Hugo Viana, que recebe e passa com a mesma naturalidade com que respira, e a agressividade elástica de Falcão, que tantas vezes me faz lembrar Hugo Sánchez. Com licença de alguns outros - Aimar e Cardozo, João Pereira e Mossoró, Ruben Micael e Varela - eles são os melhores do campeonato e os símbolos das três melhores equipas da prova. E a prova faz-se lá dentro. No relvado.

2 comentários:

Parabens srº Carlos Daniel pela lucidez do seu artigo e por amar e defender o FUTEBOL. O jornalismo precisa de profissionais como o Srº que defende o espectaculo e os ARTISTAS. BEM HAJA!

Parabens srº Carlos Daniel pela lucidez do seu artigo e por amar e defender o FUTEBOL. O jornalismo precisa de profissionais como o Srº que defende o espectaculo e os ARTISTAS. BEM HAJA!

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